O Senhor ressuscitou e vive para que nós vivamos também plenamente.
Vive na palavra daquele que luta e que morre confiante no Senhor, a gritar a verdade que o habita e estimula, para testemunhar a fé e a alegria de sermos salvos.
Ressuscitou o Senhor:
Vive no empenho de todos os que empunham, com clarividência e coragem, as armas da justiça, da paz na verdade, da tolerância e respeito pelos outros, sem apagarem a torcida mortiça ainda fumega e aponta para a esperança.
Ressuscitou o Senhor:
E está na fortaleza do triste que se alegra, na confiança viva do pobre com quem se partilhou o pão, a amizade e a esperança, sabendo que o Senhor está connosco e com toda a humanidade para que construamos a Fraternidade na diversidade.
Ressuscitou o Senhor:
Vive em cada passo da pessoa que se aproxima para, delicada e cuidadosamente, promover a liberdade e a convergência possível com todos os diferentes e todos descubramos razões de viver e morrer no Senhor da Fraternidade.
Ressuscitou o Senhor:
Vive naquele que morre, abrindo caminhos novos e renovados, para que chegue a paz e a harmonia na diferença complementar e se vença a indiferença e a pesada solidão dos esquecidos e marginalizados.
Ressuscitou o Senhor:
Vive no esforço da pessoa já sem forças, mas confiante porque se dedicou aos outros, a todos os mal amados e marginalizados, aos nãos recolhidos, nem bem acolhidos, nem estimulados e estimados, como precisamos.
Ressuscitou o Senhor:
Está na encruzilhada de todos os caminhos difíceis a percorrer e que levam à reconciliação universal pela força ilimitada e a iniciativa sensata dos não violentos, atentos aos sinais dos tempos.
Ressuscitou o Senhor:
Chama à porta de todos os insensatos que esquecem egoisticamente que o urgente é respeitar e amar cada pessoa pela escuta atenta, aceitando-a no seu estilo e ritmo de ser para viver solidariamente.
Ressuscitou o Senhor:
Sua glória está na terra, na nossa terra. A sua Glória são as pessoas vivas, em busca da felicidade, para acordarem o Mundo para a Ressurreição e está em todos os que vivem a sua fé de uma maneira esclarecida e coerente, sempre como peregrinos atentos ao absoluto que habita nos seus filhos – a humanidade, sem limite de tempo e espaço.
Autor:
Frei Bernardo, o.p.