As obras de misericórdia corporais são um meio para manter viva e dinâmica a nossa fé. Estas nos permitem encontrar o Senhor que se faz presente em cada pessoas necessitada como, por exemplo, “o estrangeiro” e “quem está nu”. De fato, ao longo dos séculos, foram muitas as expressões de solidariedade para com os imigrantes. Este não é um fenômeno recente, pois a história da humanidade é uma história de migração – até mesmo Jesus teve que emigrar com a sua família para o Egito durante a perseguição de Herodes. Mas, num mundo onde a crise econômica, conflitos armados e mudanças climáticas obrigam muitas pessoas a abandonar a sua pátria, acolher o estrangeiro apresenta-se como uma obra de misericórdia muito atual. É preciso também vestir aquele que está nu, ou seja, restituir a dignidade à quem é vítima de todo o tipo de exploração ou discriminação. O Senhor nos chama a não nos fecharmos na indiferença, mas a nos abrirmos aos demais, num compromisso tanto comunitário como pessoal, que torna a nossa fé fecunda, gerando paz e preservando a dignidade das pessoas.
Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, particularmente aos fiéis das várias paróquias do Brasil e de Portugal. Queridos amigos, não deixemos de nos fazer solidários com os mais necessitados, lembrando que, quando os acolhemos, tocamos na carne sofredora de Cristo. Deus vos abençoe! Obrigado.