O silêncio é uma forma simples e muito eficaz de dar espaço e tempo ao outro. De lhe dar a importância que outros lhe negam sempre que decidem carregá-lo com discursos sem fim nem grande sentido.
É incrível o quanto se pode aprender sobre alguém só de estar a seu lado em silêncio e com atenção. Para muita gente, o silêncio é um incómodo, pelo que tentam preenchê-lo, falando de si! Revelam-se, porque não se suportam! Quase como se tivessem vergonha de serem quem são… sentem a sua voz interior como uma ameaça.
Quando escutamos, podemos ouvir o que nos dizem, mas também, e talvez ainda mais importante, o que não nos dizem!
Por vezes, falar é uma forma da vaidade se alimentar a si mesma. Alguns só falam porque são incapazes de se calar…
Mesmo as conversas que começam por ser sobre algo útil, em pouco tempo chegam a assuntos desnecessários e, sempre que continuam por aí, acabam em temas despropositados, com afirmações quase sempre imprudentes.
Aprender a fazer silêncio é essencial, porque nos coloca no nosso lugar. Os sofrimentos ensinam-nos a arte do silêncio. A felicidade também.
Pensar a vida, e cada uma das suas dimensões concretas em nós, demora. Exige calma e concentração, atenção ao exterior, e paz interior.
Mais, mesmo que tenhas algo importante a dizer, ainda assim isso não te dá o direito de o declarar sem que tenhas de esperar pelo momento certo para o fazer.
Precisas de ouvir mais. Até porque o mais provável é que haja muita gente a precisar que tu os escutes.
E quando alguém partilhar contigo o seu coração, aceita-o. Escuta com toda a atenção. Não estejas apenas à espera da tua vez de falar e a pensar no que vais dizer.
Quando escutares, escuta.
Escutar já é uma resposta!
Fonte: https://agencia.ecclesia.pt/
Autor: José Luís Nunes Martins