Papa: «Igreja é chamada a amar mesmo na contradição»

Francisco assinalou hoje no Vaticano os 50 anos do Sínodo dos Bispos

Cidade do Vaticano, 17 out 2015 (Ecclesia) – O Papa assinalou hoje no Vaticano o cinquentenário do Sínodo dos Bispos sublinhando a importância da Igreja Católica continuar a recorrer a este meio como forma de ir ao encontro dos desafios e interrogações do mundo.

“Devemos prosseguir nesta estrada. O mundo em que vivemos, e que somos chamados a amar e a servir mesmo na contradição, exige que a Igreja potencie sinergias em todos os âmbitos da sua missão. O caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja neste terceiro milénio” sublinhou Francisco.

A sessão comemorativa dos 50 anos da instituição do Sínodo dos Bispos, impulsionada pelo Papa Paulo VI, decorreu esta manhã com a participação de responsáveis das conferências episcopais de todo o mundo, que estão envolvidos no Sínodo sobre a Família.

Recorde-se que Portugal está representado por D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa; e por D. Antonino Dias, presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família.

Na sua intervenção, transmitida pelo canal televisivo do Vaticano, o Papa Francisco salientou que no centro da palavra “Sínodo” está o convite a um “caminho conjunto” que na Igreja deve ser estendido a todos, “leigos, sacerdotes, ao Bispo de Roma”.

“É um conceito fácil de exprimir mas não é fácil de colocar em prática”, frisou o Papa argentino.

“Uma Igreja sinodal é uma Igreja que escuta”, apontou Francisco, recordando que foi “baseado nessa convicção” que decidiu realizar o Sínodo dos Bispos sobre a Família e também “auscultar” aquilo que as comunidades cristãs têm a dizer sobre esta questão.

Pois esta escuta deve ser sempre “recíproca”, prosseguiu o Papa, referindo que um Sínodo dos Bispos deve ser sempre “ponto de convergência para este dinamismo de escuta feito a todos os níveis da vida da Igreja”.

O Sínodo dos Bispos deve ser também sinónimo de uma Igreja que se coloca “ao serviço do Povo de Deus”, pois “a sua única autoridade é a autoridade do serviço, o seu único poder é o poder da cruz”.

“Nunca nos esqueçamos disto”, disse Francisco aos bispos, cardeais e outros responsáveis católicos que acompanharam a cerimónia, incluindo cinco representantes das Igrejas Católicas dos cinco continentes, que apresentaram durante o evento o caminho que já foi feito, nas suas comunidades, nestas cinco décadas de caminhada sinodal.

 O Papa argentino alertou ainda que “o empenho em construir uma Igreja sinodal, missão a que todos são chamados a participar”, não pode deixar de fora a vertente “ecuménica” nem os ecos que chegam de fora do mundo católico e cristão, ou seja, num empenho que se “alarga também à humanidade”.

Uma Igreja que, concluiu o Papa, saiba “cultivar o sonho” de contribuir para uma sociedade “edificada na justiça e na fraternidade” e de “um mundo mais belo e digno do homem para as gerações vindouras”.

JCP

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