Esta parábola pode ser entendida não só pelos que vivem no campo mas também pelos da cidade. É uma questão de heranças ou de dons recebidos.
Uma vez, um homem lavrador que, sentido chegar o fim da vida neste mundo, chamou os quatro filhos e fez a partilha dos seus bens.
Falando para o Armando, disse-lhe:
-As terras que durante anos cultivei são para ti. Trata delas como eu o fiz.
Voltando-se para a Joana, disse-lhe:
– O poço é para ti. Dele beberam os nossos antepassados. Foi a sua água que regou os campos e apagou a nossa sede. Não o deixes secar.
Dirigindo-se ao Carlos, disse-lhe:
– O arado é para ti. Este instrumento pode continuar a lavrar as terras. Cuida dele.
Finalmente, disse ao Daniel:
– Tu ficarás com as sementes que nos restam da última colheita. Se lançadas em terra boa, darão muito fruto.
QUE FAZER COM A HERANÇA?
O pai morreu. Os irmãos, cada qual com a sua herança, sentiam que os dias passavam e a infelicidade aumentava.
O Armando tinha a terra, mas estava sem ser cultivada. A Joana tinha o poço, mas a água para nada servia e começava a cheirar mal.
O Carlos tinha o arado, mas não sabia que fazer com ele. O Daniel foi gastando as sementes, que estavam a acabar.
Reuniram-se e o mais velho disse:
– Por que é que o nosso pai repartiu assim a quinta?
Dialogando, perceberam que unindo-se uns aos outros, aquela terra podia ser lavrada, semeada e regada. Daria uma colheita abundante, a repartir por todos.
Puseram mãos à obra e voltaram a ser felizes.
A mensagem desta parábola é muito antiga. Já São Paulo, falando aos Coríntios, recomendava que cada qual pusesse os seus dons a render, ao serviço uns dos outros.