O sentido da Maternidade de Maria

o homem Cristo, o Filho de Deus, nasceu de uma mulher. Esta afirmação tem um alcance enorme na nossa fé. Com efeito, a mulher tem a capacidade de ser Mãe e quando realiza esta missão, manifesta-se, porventura, o gesto humano mais elevado que qualquer criatura pode realizar, e somente nela, se torna realidade o desenvolvimento total do ser humano. A maternidade envolve o ser humano desde a primeira célula biológica até à sua realização como pessoa humana livre e adulta. 

Ora, Maria vai colaborar na história da salvação com o gesto mais elevado que uma criatura humana pode realizar: A maternidade. Em Maria vai acontecer o encontro entre o gesto mais elevado do amor de Deus e o gesto mais elevado da criatura humana. Com efeito, se por parte de Deus a vinda de Jesus Cristo, é o sinal máximo do seu amor por nós, por parte do homem a Maternidade de Maria é a participação mais elevada na obra da salvação. Assim, a maternidade de Maria não se esgota no plano físico, antes, manifesta o diálogo mais elevado entre a criatura e o Criador em ordem à salvação. 

Maria viria a ser a escolhida para ser a Mãe do “Deus connosco”. O seu sim não iria passar despercebido aos cristãos que viram nele um sinal importante para a fé. 

A primeira oração Mariana que é conhecida, foi encontrada no Egipto num documento que pode ser do século II, isto é, do tempo das primeiras comunidades cristãs. Nela se chama a Maria por Mãe de Deus: “A vossa proteção nos acolhemos, santa Mãe de Deus…” O Concílio de Éfeso, século IV, um dos primeiros concílios da Igreja afirma que “os Santos Padres não viram nenhuma inconveniência em chamar Mãe de Deus à Virgem Maria”. Jamais a Igreja, ao longo da sua história deixaria de chamar a Nossa Senhora, Santa Mãe de Deus. A oração da Ave Maria é a prova mais evidente de que os cristãos a continuam a invocar como Santa Maria, Mãe de Deus. 

A missão de Maria consistiu em dar Jesus aos homens. Do seu Sim brotou a salvação para a humanidade. Entretanto, o seu Sim implicou toda a sua vida, não foi só um momento. Aceitar o desígnio de Deus significou viver de modo coerente com o anúncio do Anjo. Esta coerência iria levá-la à cruz onde o seu filho salvou os homens. Aí, Jesus entrega-lhe João como filho e, na ausência do Filho de Deus, este novo filho acolhe Maria em Sua casa. 

Em João, nasce uma nova geração de filhos de Maria que a acolhem em sua casa. Partilhar a casa é partilhar uma missão comum, é participar do mesmo desígnio. Assim, Maria torna-se mãe de todos os homens, dos irmãos do seu filho, a mãe dos filhos de Deus. 

 

Check Also

5 de dezembro de 2024 – Noite de Reflexão com o Cónego Carlos Aquino

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.