A Quaresma traz mais uma vez o convite ao jejum. Mas que sentido tem esta privação voluntária de alimentos?
Os quarenta dias de preparação para a Páscoa evocam os quarenta anos de peregrinação do povo de Israel no deserto, os quarenta dias de Moisés no monte Sinai e também os quarenta dias de Jesus no deserto, antes de iniciar a sua missão de enviado de Deus.
Nestes quarenta dias, a Igreja, entre outras coisas, propõe o jejum. Este jejum cristão não é uma espécie de castigo. Ele é uma prática que nos ajuda a ser mais humanos e mais cristãos. Para o entender melhor, apresentamos o seu valor.
-Ao jejuar queremos significar que nem só de pão vive o homem, que não vivemos apenas para comer e beber, que não somos apenas estômago. Temos à nossa disposição um outro alimento que é a Palavra de Deus.
– Ao jejuar tornamo-nos mais livres, pois fazemos o esforço de não ser como que escravos do instinto. Educamos a nossa liberdade interior para saber dizer «não» a algum alimento apetecível.
– O jejum é útil até para a saúde do nosso corpo. O mais importante é, certamente, o seu sentido espiritual. Mas o jejum faz bem à saúde, sobretudo nesta sociedade onde, apesar das crises, aumenta a obesidade.
-Jejuar abre-nos aos outros, pois convida-nos a fazer poupanças, que serão depois repartidas com os necessitados. Este jejum como sinónimo de partilha com os pobres é o que agrada ao Senhor.
– O jejum é um final exterior da nossa atitude de conversão em tempo quaresmal. Não é um jejum de tristeza. Somos convidados a fazê-lo na alegria, pois este tempo litúrgico é uma caminhada para a Páscoa.
Fonte:
Jornal Cavaleiro da Imaculada
Ano 55| nº 972| março de 2015