O livro do Êxodo, mais concretamente uma palavra da Aliança que Deus fez connosco, porque nos quer ver felizes. Já sabemos que se chama também Decálogo ou 10 mandamentos a todas estas palavras da Aliança que vem em Ex. 20,2-17 e Dt.5,6-21, e a que Santo Agostinho deu uma forma muito mais simples e resumida, para mais facilmente se fixarem.
O 2º mandamento e que é: “Não invocar o santo nome de Deus em vão””. Ouvimo-las, mas somos capazes de ter ficado na mesma, por não termos percebido em que é que elas terão a ver com a nossa vida.
Vamos então entrar um pouquinho dentro do mandamento e pô-lo em confronto com os nossos comportamentos religiosos. Se nos fixarmos apenas na 1ª parte do mandamento – “não invocar o santo nome de Deus”, somos levados a pensar e até a dizer que respeitamos muito a Deus, que lhe rezamos, que somos muito religiosos e que não temos o hábito como tantos de dizer blasfémias contra Deus, nem tão pouco contra a Nossa Senhora e os santos. Graças a Deus, fomos educados no respeito pelas coisas sagradas e para com Deus.
Se, porém, prestarmos atenção à palavra que vem no fim – “em vão” – talvez as coisas mudem de figura. Não esqueçamos que a palavra “em vão” tem aqui o significado de “inutilmente, sem criar qualquer relação de intimidade e comunhão, sem comprometer nada a nossa vida”. Vista por este lado a nossa vida, não será “em vão” que dizemos rezar é acreditar em Deus?
Não será uma mentira toda a nossa religião, uma vez que a nossa vida gira toda ela à margem de Deus? Imaginemos uma mulher, por exemplo, que enche a sua boca com um lindo nome do seu marido, mas que não tem por ele carinho nenhum e ainda por cima lhe é infiel?
O “amor do marido” mais não é que uma muleta de que precisa ou um pronto-socorro a que recorre sempre que lhe faz falta alguma coisa. Na prática, embora vivendo com o marido, não há entre os dois intimidade e comunhão, a sua vida não é vivida para ele. A sua vida de casada é uma mentira.
Não basta, de facto, rezar, ir à missa, fazer promessas a Deus ou invoca-lo quando queremos dar força às nossas palavras ou aos nossos negócios. Tudo isso será uma hipocrisia, se não conduz a uma intimidade com Deus e a uma vida de fé comprometida na Igreja.
Não podemos continuar a enganar-nos a nós mesmos. Ele não aceita isso de nós, porque ele quer-nos adultos, responsáveis, a levar por diante na vida a palavra que d’Ele recebemos. “ Não é aquele que diz “senhor, Senhor” que entrará no reino dos céus, mas sim aquele que prática a vontade de meu Pai que está nos céus” – diz Jesus, desafiando-nos a pôr a fé na vida de cada dia.
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