Novo triénio pastoral desafia o Algarve a redescobrir em Cristo a alegria e a esperança

Depois de dois triénios pastorais – dedicados entre 2017 e 2020 à família e entre 2021 e 2024 aos jovens – a Diocese do Algarve vai lançar um novo programa de três anos sob a perspetiva da alegria e da esperança para lhes dar continuidade e que a irá conduzir até 2027.

O novo programa pastoral terá precisamente como lema geral «Sede alegres na esperança», exortação de São Paulo aos cristãos de Roma (Rm 12,12) e que inspirará os algarvios a “viver dessa forma dentro e fora do contexto comunitário eclesial”.

A Igreja algarvia explica que – contagiada pelo “tema da Esperança que brota do Jubileu de 2025”, cujas celebrações terão início a 24 de dezembro deste ano na Basílica de São Pedro, no Vaticano – encontra naquele apóstolo a “força inspiradora” para o Triénio Pastoral 2024/2027. “Na Carta que Paulo dirigiu aos cristãos de Roma, podemos ler esta bela e forte exortação: Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração. É esta mesma exortação que queremos acolher e fazer ao longo deste Triénio, sendo a expressão ‘Alegres na Esperança’ a grande tónica que queremos sublinhar no nosso viver cristão e no nosso testemunho de fé”, refere.

“Na verdade, não nos basta simplesmente trabalhar de modo afincado pelo anúncio do Evangelho, nem orar ou celebrar de modo irrepreensível, nem fazer o bem a quem mais precisa, nem organizar pastoralmente as nossas comunidades de maneira modelar, se em tudo quanto fizermos não houver nem se gerar uma verdadeira Alegria e Esperança nos nossos corações e nos corações daqueles a quem somos enviados. Ora, se não vivemos nem transmitimos Alegria e Esperança no nosso modo de ser Igreja, poderá isso significar que não partimos, não vivemos, nem nos orientamos para Jesus Cristo”, adverte a diocese algarvia, acrescentando que “viver e agir Alegres na Esperança, é a “redescoberta” que as “comunidades são chamadas a fazer neste contínuo caminho de renovação”.

A diocese explica assim que “Alegria, Paciência e Perseverança são as três caraterísticas do viver cristão” que quer “redescobrir interligadas” e que elas se irão “somando e não apenas sucedendo umas às outras” ao longo do triénio. Deste modo, ao lema “Alegres na Esperança” do ano pastoral 2024/2025, acrescentar-se-á o “Pacientes na tribulação” em 2025/2026 e o “Perseverantes na oração” em 2026/2027.

O novo programa trienal assentará num tripé de “prioridades pastorais”, constituído pelas dimensões eucarística, vocacional e performativa que a diocese diz “que, devido à sua centralidade eclesial, integram as restantes” – Família, Jovens, Sentido de Pertença Comunitária, Sinodalidade e Comunhão, Comunicação, Sustentabilidade Eclesial, Ministérios e Serviços e Ação Caritativa e Social – que resultaram do “caminho de discernimento diocesano realizado nos seus espaços próprios de colegial de corresponsabilidade e participação pastoral, e em ambiente de diálogo sinodal” nos últimos anos.

Relativamente à dimensão eucarística – que terá em conta a Eucaristia e a vivência dominical – a diocese considera que “da redescoberta, melhor celebração e maior participação na Celebração e no Culto Eucarístico derivará um novo impulso, carregado de alegre esperança”, em tudo quanto é chamada “a Ser e a Fazer como Igreja de Deus presente neste território do Algarve”.

“Precisamos de um novo ardor, de uma nova alegria e de uma nova esperança em cada cristão e em cada comunidade para que sejamos verdadeiramente sinais visíveis de Jesus Cristo, alegria e esperança da Humanidade”, refere o programa, realçando ser na Eucaristia que isso se alcança.

Sobre a dimensão vocacional – que será abordada da “Santidade à Doação” – explica-se que não será tratada sob a perspetiva da “utilidade orgânica”, do “desespero” nem do “pessimismo”, mas “numa verdadeira perspetiva de fé, de alegria e de esperança”.

Neste contexto acrescenta-se que a primeira “grande estratégia” do caminho “consiste em unir profundamente a descoberta e a vivência do encontro com o Senhor Jesus na Eucaristia, do Culto Eucarístico e da Vida Orante ao despertar e acompanhamento vocacional”.

A propósito da dimensão performativa, isto é, a formação permanente com vista a configurar o formando com Cristo, é dito que não é sugerida apenas com vista à aquisição de “conhecimentos intelectuais” ou “formação cognitiva”. “O que se pretende é que a Formação, com os meios atualizados e adequados, esteja profunda e primeiramente ligada e orientada para vida interior (SER) e, como consequência, para a missão (AGIR/FAZER)”, explica-se, enumerando as “finalidades” que deverá ter.

O plano tem ainda em conta o Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade, o Jubileu do Ano de 2025 e a Jornada Mundial da Juventude de 2027 “como oportunidade de Conversão Pessoal e Pastoral, bem como Tempo e Caminho de Graça”. A diocese diz querer olhar para cada um destes acontecimentos eclesiais como “inspiração”, “desafio” “a não ficar ou fazer o mesmo de sempre” e “oportunidade” para crescer e fazer desenvolver nas comunidades a “dimensão da Catolicidade Eclesial pela vivência concreta da Comunhão, da Sinodalidade e da Pertença Comunitária”.

Para além de indicações de como deverá ser vivido na diocese o Jubileu do Ano de 2025, o programa pastoral realça ainda que a aplicação do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade “será, porventura, o grande desafio do segundo ano do Triénio Pastoral”. “É da maior importância que todos possamos acompanhar, promover e dar a conhecer nas nossas comunidades o próximo Sínodo e o que dele derivar para que, em comunhão e unidade com toda a Igreja, possamos empreender caminhos pastorais que respondam às moções do Espírito”, é referido.

com Agência Ecclesia

 

Fonte: https://folhadodomingo.pt

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