Não sou digno, mas…

A Igreja, inspirada pelo seu esposo Jesus Cristo, apreciou de tal modo a prece do centurião romano, que se serviu dela para prece dos fiéis antes da comunhão. Em cada Eucaristia, desde há séculos, milhares, milhões de cristãos repetem: «Senhor, eu não sou digno». O próprio Senhor Jesus Cristo elogia a grandeza e tenacidade da fé daquele homem, pagão de origem: «Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé».

Não somos dignos da presença do Senhor, da sua entrada em nossa casa, da sua visita. Não somos dignos de O receber, de ser nosso hóspede. Mas o seu amor leva-O a querer estar connosco, vir a nós, penetrar-nos, fazer-nos viver d’Ele, santificar-nos com a sua graça, curar-nos, purificar-nos. Apesar da nossa indignidade, Ele quer vir, mas não se impõe, não força, não violenta a nossa liberdade.

Uma só palavra, um simples gesto, um olhar do Senhor basta para nos curar. Daí a necessidade, a conveniência de repetirmos com fé e humildade a prece do Centurião, adaptada pela Igreja «Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo».

«Afasta-te de mim, Senhor, que sou um homem pecador, foi o pedido de pedro. Homem impulsivo, ardoroso, mas amigo de Jesus, sente bem a sua pobreza. Claro que ainda não sabe até onde vai baixar na fraqueza, na ingratidão, não sonha sequer que poderá trair o Mestre. Mas sente a sua pequenez e pede: «Afasta-te de mim, Senhor, que sou um homem pecador». Mas nós podemos e devemos dizer exatamente o contrário: «Aproxima-te de mim, Senhor, que sou pecador e preciso de Ti, Senhor». «Pousa sobre mim o Teu olhar, Senhor, socorre-me, cura-me».

Apesar da nossa indignação, Ele o amigo, quer penetrar-nos, quer entrar em nossa casa, deseja estar connosco, partilhar a sua vida; dar-nos a sua salvação; «Zaqueu, desce depressa, pois hoje quero ficar em tua casa». Mas em Jericó havia gente mais santa, mais piedosa, de vida mais exemplar, com melhor fama. Contudo Jesus quer ficar em casa de Zaqueu e naquele dia entrou a salvação e a vida, a conversão e a graça naquela casa.

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