Mensagem da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana para a 42ª Semana Nacional de Migrações-10-17 de agosto de 2014

Ao olhar para o enorme movimento migratório que caracteriza o nosso tempo tomamos consciência que o que anima os homens e mulheres que optam, ou são forçados, a emigrar, é o profundo desejo de um futuro melhor, não apenas para si próprios, mas também para as suas famílias e para aqueles que amam.

Diz-nos o Papa Francisco, na sua Mensagem para a Jornada Mundial do Migrante de 2014 (MJMM 2014), que “se por um lado as migrações muitas vezes denunciam carências e lacunas dos Estados e da Comunidade internacional, por outro, revelam a aspiração da humanidade em viver a unidade, no respeito pelas diferenças, o acolhimento e a hospitalidade, que permitem a partilha equitativa dos bens da terra, a proteção e a promoção da dignidade humana e da centralidade de cada ser humano.

Na verdade, parece que as aspirações do coração humano, de construção de um mundo mais justo e fraterno, onde a vida humana seja respeitada como o valor supremo, onde sejam promovidas a justiça e a equidade, são verdadeiramente difíceis de atingir. Enquanto uns poucos continuarem a apoderar-se dos bens criados por Deus para todos, e a maioria a recolher as migalhas que sobejam da mesa dos ricos e poderosos, continuaremos a assistir à injustiça e a ver muitos a emigrar na busca do pão da dignidade.

Apesar dessa injustiça, tão presente no nosso mundo, obrigando tantas pessoas a deixar as suas terras, as suas famílias e as suas raízes culturais, o crente, como exorta o Papa Francisco, não deve perder a esperança de que lhe está reservado um futuro mais seguro e que nos seus caminhos de migração encontrará sempre uma mão estendida que lhe fará experimentar a solidariedade fraterna e o calor da amizade (cf. MJMM 2014).

É com esta esperança e certeza de fé, que vamos celebrar mais uma Semana Nacional de Migrações, onde, no ponto mais alto da celebração, a Peregrinação dos Migrantes ao Santuário de Fátima, por mediação de Maria, vamos colocar no coração de Deus, todos os migrantes, em particular os imigrantes residentes em Portugal e os milhões de portugueses espalhados pelas cinco partidas do mundo, rezando para que as migrações sejam, na verdade um caminho que proporcione a construção de um mundo melhor.

Portugal, nos últimos anos, tem assistido ao êxodo de muitos milhares dos seus filhos. Neste ano de 2014 queremos centrar a nossa atenção em todos os que deixaram o País, na busca do sonho de construção de uma vida melhor. Queremos manifestar-lhes, como Igreja, a nossa solidariedade e preocupação pastoral. Por isso, em nome de todos os Bispos portugueses, presidirá à Peregrinação o Exmo Senhor D. António Francisco dos Santos, Bispo da Diocese do Porto, como sinal de solicitude pastoral da Igreja.

Promovemos também, como nos anos anteriores, uma Jornada das Migrações, no Domingo, 17 de Agosto. As nossas Paróquias e Comunidades Cristãs são convidadas a celebrar, nesse dia, a Eucaristia em acção de graças pelos Migrantes e pelo trabalho pastoral que a Igreja desenvolve em favor dos mesmos, devendo-se convidar os fiéis a manifestarem a sua solidariedade com todos os que foram ou são obrigados a emigrar, através do ofertório consignado que reverte em favor do trabalho pastoral da mobilidade humana da Igreja Portuguesa.

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