Igreja/Sociedade: Proximidade deve ser marca das paróquias, defende D. José Traquina

Responsável inaugurou trabalhos do Encontro Nacional da Pastoral Social

Fátima, 04 set 2018 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana defendeu hoje em Fátima que as paróquias católicas devem ser marcadas pela “proximidade no cuidado do outro”.

“Se na paróquia não houver proximidade, algo não está bem”, assinalou D. José Traquina, na abertura do Encontro Nacional da Pastoral Social.

A iniciativa tem como tema, em 2018, a pergunta ‘A paróquia ainda é um lugar de proximidade?’, decorrendo até quinta-feira.

O bispo de Santarém destacou a importância de partir de perguntas como esta para encontrar “respostas que valham a pena”.

Para o responsável pelo setor da Pastoral Social na Conferência Episcopal Portuguesa, existe necessidade do “sentido de proximidade” nas paróquias.

“Existe já anonimato, grande anonimato, dentro das paróquias”, admitiu, falando de pessoas que evitam o compromisso ou a partilha da sua experiência eclesial.

O responsável propôs uma nova cultura, capaz de superar problemas como o “bairrismo” ou o “individualismo”, promovendo a proximidade num “sentido mais alargado”, na atenção ao outro.

“Temos de correr o risco de sermos enganados e não desistir de ajudar quem precisa”, acrescentou D. José Traquina.

O bispo de Santarém sublinhou que a vivência da fé numa paróquia não pode ser uma “anestesia dos problemas”, mas uma “fé celebrada para enfrentar os problemas”.

A conferência de abertura dos trabalhos foi da responsabilidade do padre Tiago Freitas, da Arquidiocese de Braga, sobre o tema ‘Colégio de Paróquias: Uma renovação de mentalidades’.

O sacerdote falou da atual tensão entre “o isolamento e a presença”, num mundo globalizado onde se sente o “desejo alargado de comunidade”, face à crise das instituições que criavam um “sentido alargado de identidade”.

Segundo o conferencista, já são visíveis nas paróquias as consequências da perda do “vínculo à comunidade”, com fenómenos de “recomposição da fé”.

“Não basta mudar o nome de paróquia para comunidade” para que se mude a realidade, advertiu o padre Tiago Freitas, que abordou os vários desafios da “mobilidade” e a “incapacidade” de reinventar a identidade paroquial.

O sacerdote destacou a necessidade de ajudar as pessoas a “nascer para a fé”, através de propostas apresentadas em “pequenos grupos”, com um “acompanhamento individualizado”, num tempo de “mobilidade”.

No final deste primeiro dia de trabalhos, vai ser lançado o livro ‘Pensamento Social do Papa Francisco, III volume’, que corresponde ao XXX Encontro da Pastoral Social (2017).

O Encontro Nacional, promovido pela Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, inclui conferências de D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, que vai refletir sobre ‘A Paróquia – Uma perspetiva histórica’; e do novo bispo de Viseu, D. António Luciano, sobre ‘Proximidade. Uma história de vida’.

A iniciativa contempla também testemunhos sobre a Pastoral a Pessoas com Deficiência; Pastoral Penitenciária e Pastoral da Saúde.

OC

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