Igreja: D. Manuel Clemente recorda «dificuldades» e «indefinição» que afetam famílias

Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa inaugurou 185ª assembleia plenária dos bispos

Fátima, Santarém, 10 nov 2014 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, inaugurou hoje em Fátima a 185.ª Assembleia Plenária deste organismo com alertas para a “indefinição cultural e até legal” que afeta hoje as famílias.

“Se, por um lado, as dificuldades económicas e até a indefinição cultural atingem hoje as famílias, fragilizando a sua constituição e manutenção, por outro, elas revelam-se em muitos casos como único sustentáculo de tantas existências e subsistências pessoais que não encontram outro ponto de apoio material e afetivo”, sublinhou o patriarca de Lisboa, que participou no recente Sínodo extraordinário de Bispos sobre a família, no Vaticano (5-19 de outubro).

D. Manuel Clemente sustentou que, apesar das dificuldades, a família tem “uma inegável força intrínseca que só espera o reconhecimento público equivalente”, em “benefício de todos”.

“Idêntica no essencial da complementaridade homem-mulher, geradora de vida; e no atual contexto, que a torna mais nuclear, urbana, móvel e dispersa: a família evidencia-se como base inultrapassável da solidariedade geral”, acrescentou.

Segundo o presidente da CEP, a questão dos “divorciados recasados e a respetiva relação com os sacramentos” foi tratada pelos media “com alguma desproporção” em relação ao lugar que este ponto “realmente teve no decurso do sínodo” de outubro.

Este é um ponto que “continuará a ser refletido antes e durante o próximo sínodo”, em 2015.

“Insistiu-se sobretudo no reconhecimento do lugar que [os divorciados recasados], sendo batizados, continuam a ter na Igreja e no acompanhamento que merecem da nossa parte”, precisou D. Manuel Clemente.

O responsável assinalou que da parte da CEP a disponibilidade para reforçar a atenção à família “é total e demonstrada”.

Os trabalhos, que prosseguem até quinta-feira, vão abordar ainda o Ano da Vida Consagrada, convocado pelo Papa, com início a 29 de novembro.

“A Igreja reconhece e agradece aos consagrados a continuação nas suas vidas dos respetivos carismas fundacionais, que tanto assinalam, cada um a seu modo, a fecundidade do Espírito para bem da Igreja e serviço do mundo”, disse D. Manuel Clemente.

O patriarca de Lisboa adiantou que, na sequência da visita a Portugal do secretário da Congregação para a Educação Católica (Santa Sé), D. Angelo Zani, ficou esclarecidos que a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa “poderá prosseguir em três sedes” (Lisboa, Porto e Braga).

Para que tal seja possível, no entanto, deverá dispor de “pelo menos 12 docentes doutorados e estáveis em cada uma”, exigência que atualmente apenas é cumprida em Lisboa.

“O alcance desta meta, para que nos foi dado um tempo razoável, há de inscrever-se numa ‘estratégia’ também teológica da Igreja em Portugal. Proximamente será apresentado à Conferência Episcopal um plano nesse sentido, de que foram incumbidos os diretores das três sedes e o vice-reitor da Universidade Católica, padre Tolentino Mendonça”, informou o presidente da CEP.

Depois do encerramento da assembleia está marcada uma conferência de imprensa, às 14h30 de quinta-feira, na qual será apresentado o comunicado final.

OC

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