Trata-se do sentimento de dependência absoluta de Deus em tudo quanto somos, temos e fazemos. Convição de que sem Ele, sem a Sua graça e a Sua benevolência, seríamos a própria miséria. Um nada.
A humildade é filha da fé. Só o humilde é capaz de fazer atos de confiança. O grau de confiança indica a medida da humildade. Só os verdadeiros humildes podem ver a Deus. Deus esconde-se aos olhos dos soberbos e auto-suficientes e revela-Se aos humildes. E Jesus dá graças a Seu Pai por agir assim: «Eu Te bendigo, Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos (Mt. 11,25).
A oração não é uma conquista. Não corresponde ao empenho pessoal de determinado esforço de ascese. O método realmente eficaz para esta aprendizagem é um só. Jesus indicou-a diversas vezes explicitamente. «Aquele que se exalta será humilhado e aquele que se humilha será exaltado (Mt. 23,12). Em Mateus este texto está relacionado com a censura do Senhor aos que buscam os primeiros lugares, aos que procuram chamar a atenção sobre si, aos que se julgam melhores do que os seus irmãos… Em Lc. 14,11 Jesus volta a censurar o comportamento daqueles que buscam consideração e destaque, para concluir: «Porque todo aquele que se exalta será humilhado; e todo aquele que se humilha, será exaltado». Depois de contar a parábola do fariseu e do publicano, que foram ao Templo para orar, Jesus conclui: «Este (o publicano) voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado» (Lc. 18,14).
Humildade é atitude natural do homem sincero diante de Deus. Deus é Pai e nós somos realmente Seus filhos. É verdade. Mas não é menos verdadeiro que somos filhos pródigos (Lc. 15,11) e «Homens de lábios impuros» (Is. 6,1-13). Somos devedores, pecadores. Se formos realmente convitos desta nossa condição, teremos vontade de exclamar como Pedro: «Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador» (Lc. 5,8). E Ele, na Sua infinita misericórdia, logo nos dirá: «Tem confiança, filho»…).