«Igreja continuará a fazer tudo para defender a vida humana», indica a CEP
Fátima, 11 nov 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou hoje à intervenção das “mais altas instâncias” do país para travar a legislação aprovada pelo Parlamento na última semana, sobre a eutanásia.
“Esperando que as mais altas instâncias do país se pronunciem de acordo com as prerrogativas constitucionais de que dispõem, a Igreja continuará a fazer tudo para defender a vida humana e lutar para que se generalizem cada vez mais os cuidados paliativos a que qualquer cidadão tem direito”, refere o comunicado final da 201ª Assembleia Plenária da CEP, que decorreu desde segunda-feira, em Fátima.
Em conferência de imprensa, D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal, sublinhou que esta é “uma questão, sobretudo, de respeito pelo sofrimento das pessoas”.
O bispo de Setúbal sustentou que “uma sociedade que se quer humanista” não pode propor a morte como solução para uma pessoa que sofre, defendendo a criação de um “ambiente humanizador, afetivo, de acolhimento”.
Os bispos católicos questionaram ainda que a lei da eutanásia tenha sido aprovada por “uma Assembleia da República em fase de dissolução”.
“A defesa intransigente do direito à vida inscrito na Constituição da República, que deve ser respeitado sem o recurso à morte, está acima de qualquer ideologia”, acrescenta o comunicado.
Os trabalhos abordaram ainda questões ligadas à crise provocada pela Covid-19, tendo a Assembleia mostrado “a sua preocupação com a incerteza destes tempos pandémicos nas áreas da saúde, economia e apoio social”.
“A crise energética já faz sentir os seus efeitos, sobretudo nas populações mais empobrecidas”, advertem os bispos.
A CEP deixa votos de que a Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030 seja “um pilar para o desenvolvimento da população, solicitando que os organismos da pastoral social contribuam com as suas avaliações”.
Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa, o padre José Manuel Pereira de Almeida, vice-reitor da mesma instituição, falaram aos bispos do novo curso de Medicina da UCP.
OC