EUCARISTIA: CATEQUESE E CELEBRAÇÃO

«Hoje, vivemos num mundo em que a cultura da imagem é predominante. Por um lado, isto significa que as liturgias oportunamente preparadas, no respeito dos cânones estéticos, podem suscitar o interesse das pessoas. Por outro, devemos constatar que não há uma afluência de massa às celebrações eucarísticas dominicais (nos Países Baixos, a média é de 10%).

A maneira de explicar o mistério da Eucaristia refere-se a uma série de noções filosóficas, que é estranha ao homem moderno. É por este motivo que somente com muita dificuldade o conteúdo – a doutrina – pode ser proposto à atenção das pessoas. A prática da celebração religiosa muitas vezes não é fonte de inspiração para o homem moderno. Na minha opinião, um dos grandes desafios que devemos enfrentar consiste em encontrar o equilíbrio entre conteúdo e experiência, entre teoria e prática.

Para encontrar este equilíbrio e para tornar a celebração eucarística mais próxima do homem moderno são importantes, na minha opinião, pelo menos os seguintes três pontos:

  1. Em primeiro lugar, a catequese contínua em redor de centro e do ápice da nossa fé. Por isso, a catequese deverá ser eucarística. A catequese eucarística é, por sua natureza, cristocêntrica. O próprio Cristo é o coração e o ápice da nossa fé. Com efeito, confessamos a sua Morte e a sua Ressurreição como o mysterium fidei. Por isso, uma catequese eucarística contínua deverá ser pessoal, porque nela Jesus Cristo é reconhecido, como pelos discípulos de Emaús, na fração do pão, na fractio panis.

  1. Como segundo ponto, a digna celebração da Eucaristia também merece a nossa atenção. Nisto, tanto os celebrantes como os fiéis têm uma grande responsabilidade. Quando falo de digna celebração refiro-me ao seguimento fiel das regras e das rubricas. Juntamente com esta atitude, é necessário afirmar também que a verdadeira dignidade se encontra, acima de todas as outras coisas, na disposição interior tanto dos fiéis como dos celebrantes. Na sacristia de uma velha igreja nos Países Baixos, certa vez li a seguinte inscrição: “Celebra esta Santa Missa como se fosse a tua primeira, única e última”. Esta inscrição inspirou-me a ideia de que não seria mal coloca-la também na porta principal da igreja.

  1. Como terceiro e último ponto, desejo mencionar a adoração do Santíssimo Sacramento. Sei que, seguramente nas nossas regiões, o culto eucarístico se limita de maneira crescente à celebração da Eucaristia. Na conceção dos fiéis, a participação ativa na celebração eucarística reduz-se quase exclusivamente à receção da comunhão. O jejum eucarístico, a solene exposição do Santíssimo Sacramento, mas também a adoração silenciosa diante do sacrário podem ajudar-nos em grande media a fazer com que em nós aumente o desejo de união com Cristo. De tal maneira, estas formas contribuem parra fazer com que a Eucaristia se torne o sacramentum unitatis por excelência»

Autor: Palavras de D. Johannes Gerardus Maria Van Burgsteden, SSS

Bispo Titular de Thibilis, Auxiliar de Harlem, Países Baixos.

In: L’OSSERVATORE ROMANO, ed. Em português, nº 45, 5/11/2005, página 14).

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