ESTE VALE DE LÁGRIMAS

A «Salve Rainha» é uma das orações marianas mais antigas. Porque é muito bela, tem resistido ao tempo. Recita-se ou canta-se em todo o mundo onde há devotos de Maria.

Começa com uma saudação: «Salve, Rainha». Ela está viva e saudamo-la, porque nos queremos encontrar com ela. Chamamos-lhe rainha. Mas também a chamamos com outros nomes ou expressões: mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, advogada nossa, clemente, piedosa, doce virgem, Maria.

A grande caraterística de Nossa Senhora é a de ser «mãe de misericórdia». Ela tem um coração muito grande, onde cabemos todos nós, tais como somos. Ela, a mãe de Jesus e nossa Mãe, volta para nós o seu dulcíssimo olhar e acaricia-nos com o seu sorriso.

A OUTRA PÁTRIA

A um certo momento, falamos-lhe como quem vive «gemendo e chorando neste vale de lágrimas». É talvez uma visão demasiado pessimista da existência. Neste mundo nem tudo são lágrimas, pois Deus vai semeando alegrias nas nossas vidas.

Contudo, não podemos ignorar que há muitas lágrimas. Há a dor dos que sofrem nos hospitais, nas prisões, nos países em guerra, nos lugares onde se morre de fome e de sede. Há a dor das vítimas de violência familiar, dos desempregados, dos descartados.

Ao rezar a Salve Rainha, apresentamos a Maria, mãe de misericórdia, todos estes nossos irmãos e irmãs para quem este mundo se lhes aparece como um vale de lágrimas. E também nos propormos ajudar Maria a limpar as lágrimas dos olhos de todos os sofredores.

Mas, ao mesmo tempo que recitamos esta oração tão antiga, sentimos que, de facto, este mundo não é o definitivo. Não temos aqui morada permanente. Vivemos como que num desterro, aguardando a entrada na pátria onde Deus enxugará todas as  lágrimas.

 

Fonte:

Jornal Cavaleiro da Imaculada

Ano 55| nº 979| outubro de 2015