DOLOROSAMENTE SÓ

Neste mês em que se celebra a Paixão de Jesus, vale a pena ver como é que ele rezou antes de ser preso e condenado. É o modelo da oração cristã.

Jesus retirou-se com os discípulos para o Jardim das Oliveiras e, afastando-se deles, prostrou-se por terra rezando: «Pai, para ti todas as coisas são possíveis. Afasta de mim este cálice. Contudo, que se faça a tua vontade e não a minha».

Ao regressar, viu os seus discípulos a dormir. Retirou-se de novo para uma oração mais intensa. O suor caía-lhe como gotas de sangue. Foi de novo ter com os discípulos e encontrou-os a dormir. Disse-lhes: «Por que estais a dormir? Levantai-vos e rezai».

Quando foi rezar pela terceira vez, veio um anjo e fortaleceu-o. Jesus levantou-se para enfrentar corajosamente aquilo que o esperava.

ORAR EM TEMPO DE CRISE

Esta oração de Jesus serve de modelo para os tempos de crise, e para quando o sofrimento nos surpreende e nos deixa profundamente abalados. Nesses momentos, como Jesus, sentimo-nos dolorosamente sós. É nesta situação que se eleva para Deus a nossa oração.

Jesus fala a Deus com uma grande familiaridade, chamando-lhe «Abba», a palavra que uma criança usaria sentada ao colo do seu pai. Também nós, nos momentos de dor, sentiremos o amor e a ternura de Deus.

Jesus fala com uma total honestidade, pedindo ao Pai que lhe tire o sofrimento, pois é insuportável. Também a nossa oração tem de ser verdadeira, sem receio de desabafar toda a nossa indignação, como Job.

Jesus, apesar da sua resistência, está disponível para cumprir a vontade de seu Pai. Também nós devemos estar disponíveis para aceitar o mistério do sofrimento, numa atitude de fé e de esperança.

Jesus, no final da sua insistente oração, recebeu por meio de um anjo a fortaleza de que necessitava. Também nós acreditamos que não nos faltará a força divina. Jesus, que tanto sofreu, jamais nos abandonará.

Fonte: Jornal Cavaleiro da Imaculada

Ano 56| nº 984| março de 2016