DEIXEM-NOS ENTRAR!

A Europa está dividida sobre o que fazer em relação à crise dos refugiados que nos batem à porta a pedir uma oportunidade de vida. Dos refugiados que vêm de contextos de tal forma desesperados que estão dispostos a arriscar a vida só para tentar ter uma vida melhor. Temos aqui vários dramas. Em primeiro lugar há o drama dos que tentam fazer as viagens intermináveis por terra, ou mais curtas e letais por mar. Não é uma crise que se compreenda com números, é uma crise que se conta com vidas e histórias individuais. Cada refugiado que é retirado morto do Mediterrâneo ou do porão de um navio, é uma pessoa profundamente amada e desejada por Deus, uma pessoa com potencial para o bem e para o mal, para a grandeza; amada por um pai e por uma mãe, que ama profundamente os seus filhos, que brincou em criança, que correu e fez asneiras, que chorou um primeiro coração despedaçado. São homens e são mulheres e estão a morrer para tentar ter um pedaço desta vida que nós vivemos e que ainda nos atrevemos a dizer que é de crise. Há ainda o drama dos países e das realidades de origem, que é um drama pintado em tons de guerra e de violência, razão da fuga. Mas o drama que mais me aflige- já que os outros sempre os teremos connosco – é o drama de que nós somos personagens. Com estas vagas de pessoas a bater-nos à porta, a suplicar pelas suas vidas para entrar, que haja sequer um debate sobre como agir e se devemos abrir a porta ou não revela uma fraqueza moral da Europa de tal forma profunda que nos deve entristecer e chorar. (…)

 

Autor: Filipe D’Avillez (jornalista)

Fonte: www. Actualidadereligiosa.blogspot.pt

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