COMO SER SANTO?

“A santidade deve ser inscrita na tua vida quotidiana. Todos os teus atos, o teu trabalho, a tua vida familiar, até o teu lazer, são chamados a ser santificados, e não apenas a tua oração ou o teu apostolado. Digo que são chamados a ser santificados: não o são só porque os realizas. Não te basta ser homem para seres santo, nem cumprires o teu dever de estado, ser amável em vez de grosseiro, seguir um caminho recto ou até mesmo generoso. Não basta aos apaixonados ou aos esposos amarem-se para serem santos. Aquilo que é humano é convidado a ser convertido, oferecido ao Senhor, inundado pela sua presença, santificando. Tudo é arrastado nesta corrida para a santidade, excepto, como é obvio, o pecado, que a trava a fundo. Tenta compreender-me: não são as atividades enquanto tais que são, ou não são, objecto de santificação, mas o espírito de oração e de oferenda que tu lhes imprimes. Se tu entregares todas as coisas a Deus, Deus estará em todas as coisas, tudo depende da tua adoração: é o teu olhar que transforma o chumbo em ouro. O teu trabalho, que por vezes te aborrece (os teus estudos, sem dúvida nenhuma!), pode tornar-se um momento de santificação. Basta que o ofereças pensando fazer dele uma oração. Pensas nisso o suficiente? Se o fizeres garanto-te, elevarás o mundo! Repito mais uma vez que não te deves iludir. Guarda-te de afogar a tua fé na vida profana. A pior praga que se pode espalhar entre os cristãos é a secularização, a capitulação dos valores de Deus em benefício dos valores do século. É uma reação de filho de rico, que delapida uma herança assombrosa, não por maldade, mas por leviandade. Pensa ele que, continuando a gastar tudo, poderá continuar a levar o mesmo ritmo de vida. Que ingenuidade! A tua missão enquanto baptizado, pelo contrário, consiste na cristianização de tudo, de ti próprio, dos outros e do mundo”.

 

 

Fonte: Revista Rosário de Maria

Ano 72| nº 763| novembro de 2016