«Deixai vir a Mim as crianças, não as impeçais! Porque dos que são como elas é o Reino de Deus…», diz Jesus. Ainda que à festa do Natal se ligue um peso de ambiguidade, essa festa é para muitos dos nossos contemporâneos a mais bela festa do ano. A começar pelas crianças.
Quem poderá pesar essas toneladas de ternura que vão rodear tantos pequeninos na noite e na manhã de 25 de dezembro?
Mas não confundamos! Natal não é recordar-se com uma certa nostalgia da nossa infância ou de uma ilusória “idade de ouro” da infância da humanidade. É renascer do Espírito.
Viver o Natal, é tornar-se essa criança que somos chamados a ser, a ser eternamente. Sim a viver como filhos de Deus para a eternidade. Uma vida em Deus feita de admiração, de confiança e de ternura.
Contudo ao mesmo tempo, como ignorar aqueles que nessa mesma noite – serão mortos, maltratados ou explorados? Como esquecer aqueles que sofrem mais duramente ainda da solidão nessa noite?
Na noite de Natal não haverá só alegria. Haverá tréguas e sem dúvida ruturas de tréguas, mas cada um à nossa medida empenhemo-nos, em fazer a trégua dos nossos maus combates. A trégua faz esperar e por isso abre a porta do «possível» para deixar um lugar melhor nos nossos corações, nas nossas famílias, nos nossos lugares de vida e na nossa equipa à pequena irmã Esperança.
SIM: «Em verdade vos digo, quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele» (Mt,14-15)
Marie-France Seillier – Coordenadora internacional