Numa noite, Paganini, um célebre violinista italiano, partiu uma corda. E foi precisamente a mais importante. Tocava num concerto com tanto entusiasmo, que se partiu.
Imperturbável, o violinista de grande talento continuou a tocar. Pouco depois, partiu-se uma segunda corda e ele, como se nada acontecesse, continuou.
Quando estava perto de terminar, ainda se partiu uma terceira corda. Mas Paganini, apesar disso, conseguiu terminar o concerto em beleza. Muitos aplausos.
Esta história vem a propósito da vida das pessoas. Com o passar dos anos, as pessoas vão perdendo as forças. As «cordas» da juventude deixam de tocar.
As pernas começam a enfraquecer e o caminhar torna-se lento. As forças vão diminuindo e custa a levantar. A memória enfraquece e a vista também.
Como o famoso violinista, somos desafiados a continuar a fazer da nossa vida uma bela melodia. Para isso, utilizamos cordas invisíveis que estão em nós.
A corda da paciência para aceitar com serenidade e realismo o facto de termo chegado tão depressa ao Outono da vida.
A corda da alegria, do bom humor, para saber gracejar com as nossas limitações. João Paulo II brincava com a bengala.
A corda da bondade para com todos os que vivem connosco, pois é o amor fraterno que nos torna verdadeiramente humanos.
Autor: Pedrosa Ferreira