No Evangelho de João que apresenta o discurso de Jesus na sinagoga de Cafarnaum sobre o “pão da vida”, Jesus sublinha que não veio a este mundo para dar alguma coisa mas para se dar a si mesmo, a sua vida, como alimento para aqueles que têm fome d’Ele. Esta comunhão com o Senhor empenha-nos, nós seus discípulos, a imitá-lo, fazendo da nossa existência um pão partido para os outros, como o Mestre partiu o pão que é a sua carne. E todas as vezes que participamos na Missa e nos alimentamos do Corpo de Cristo, continuou o Papa Francisco, a presença de Jesus e do Espírito Santo opera em nós, molda o nosso coração, e comunica-nos atitudes interiores que se traduzem em comportamentos segundo o Evangelho: Antes de tudo, a docilidade à Palavra de Deus, depois a fraternidade entre nós, a coragem do testemunho cristão, a fantasia da caridade, a capacidade de dar esperança aos desesperados, de acolher os excluídos. Deste modo, a Eucaristia faz amadurecer um estilo de vida cristão. A caridade de Cristo, acolhida de coração aberto, transforma-nos, torna-nos capazes de amar não segundo a medida humana, que é limitada, mas segundo a medida de Deus, isto é, sem medida. Deste modo, nos tornamos capazes de amar até mesmo aqueles que não nos amam, de resistir ao mal com o bem, de perdoar, de partilhar, de acolher, e a nossa vida torna-se “pão partido” para os nossos irmãos. E, vivendo assim, descobrimos a verdadeira alegria, a alegria de nos fazermos dom para os outros, em troca do grande dom que recebemos, sem mérito nosso.
Papa Francisco