27 de julho de 2025 – 17º Domingo do Tempo Comum – Ano C |A Oração: uma luta com Deus

Qualquer que seja a religião a que pertencem, os crentes rezam. Também os cristãos rezam. Rezam por quem está doente, por quem não tem trabalho, pelo filho que anda com más companhias, pelas famílias que não se entendem. Pedem a Deus que mande chuva, abençoe as colheitas, proteja das desventuras.
Hoje em dia, este tipo de oração é ridicularizado por algumas pessoas, deixa indiferentes outras e suscita muitas interrogações nos crentes. Por que motivo rezar, se Deus já conhece aquilo de que precisamos e está sempre disposto a conceder-nos todo o bem?
Até mesmo perante as súplicas mais angustiantes, muitas vezes Ele cala, deixa que os acontecimentos sigam o seu decurso aparentemente absurdo. Tudo procede como se Ele não existisse e o seu inexplicável silêncio leva a exclamar: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?»
O diálogo com Ele chega a assumir tons dramáticos, transforma-se em discussão, em disputa aberta. Jeremias dirige-lhe uma acusação quase blasfema: «Serás para mim como um riacho enganador de água inconstante». És como as torrentes primaveris que, ao derreter das neves, correm impetuosas, mas nos meses de seca, quando as caravanas de Sabá lá chegam, sedentas, estão áridas, sem água.
Quereríamos um Deus complacente, que garantisse os nossos sonhos. Mas Ele, pelo contrário, tenta libertar-nos das nossas ilusões, arrancar-nos às nossas mesquinhices, à nossa rudez, aos desejos vãos, para nos fazer participar dos seus projetos.
A oração torna-se assim uma luta com o Senhor, como a que manteve Jacob, durante toda a noite, junto ao rio Jacob. Sai vencedor quem se rende a Deus.
A oração cristã é sempre atendida – diz Jesus – e, no entanto, a nossa experiência não parece confirmar esta afirmação.
É retomado o tema da insistência na oração mediante três imagens: pedir, procurar, bater. A oração produz sempre resultados prodigiosos e inesperados. Mas não cultivemos falsas esperanças. Fora de nós a realidade permanecerá como era (as doenças continuarão, a fome, as injustiças permanecerão, as feridas da traição serão ainda mais dolorosas…) mas dentro tudo será diferente. Se a mente e o coração já não são os mesmos, se o olhar com que contemplamos a nossa situação, o mundo e os irmãos é diferente, mais puro, mais «divino», a oração terá obtido o seu resultado, terá sido atendida.
Recuperadas a serenidade e a paz interior, também as feridas psicológicas e morais fecharão rapidamente e também as doenças orgânicas – porque não – poderão curar-se mais facilmente.

Check Also

DORMIR CURA MUITOS MALES

Cansados, temos tendência a aceitar coisas que jamais aceitaríamos se estivéssemos bem. Cansados, transformamos questões …

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.