9 de outubro de 2016 – 28º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Celebramos a Eucaristia que é a única que pode exprimir, de maneira adequada, o nosso agradecimento por tudo quanto o Senhor fez por nós. A nossa ação de graças e o nosso amor a Deus pulsam com o mesmo ritmo; a sua fonte está no coração humano unido ao Coração sacerdotal de Jesus Cristo.

  1. A virtude da gratidão…Saber agradecer…

Tudo é graça e dom de Deus. As aves do Céu, os animais dos campos, as árvores das florestas, as flores, os peixes das águas, os rios e os mares, as searas ondulantes, as montanhas e os vales, a criação inteira, tudo é dom de Deus.

«Os Céus e a terra apregoam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos» (Salmo 19).

Temos obrigação de ser agradecidos. O Criador do Céu e da terra tem direito à nossa amizade e gratidão. Como o amor filial brota do agradecimento e da admiração, devemos fomentar em nós esta admiração e este agradecimento, tomando consciência dos variadíssimos trabalhos que podemos realizar com as nossas mãos, dos lugares a que podemos chegar com os nossos pés, das palavras que podemos pronunciar com os nossos lábios.

Do mesmo modo devemos fazer despertar em nós a admiração pelo Amor imenso que Deus nos tem, pelo cuidado paternal com que Ele cuida de nós, até ao pormenor mais insignificante da queda de um cabelo, pela Sua omnipotência, sabedoria, imensidade…

«Dá graças a Deus que te ajudou e goza-te em tua vitória. Que alegria mais profunda essa que sente a tua alma, depois de teres correspondido» (Cam. 992).

Jesus sente a ingratidão dos outros nove leprosos que foram curados e pergunta: «Mas não ficaram limpos os dez? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse, para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?» (Ev.). Onde estão tantos dos nossos irmãos que não vêm tomar parte nesta nossa Eucaristia Dominical? Não têm também eles tanto que agradecer?…

  1. Dar glória a Deus…

«Se a vida não tivesse por fim dar glória a Deus seria desprezível; mais ainda, detestável» (Cam. 783).

Dar glória a Deus significa reconhecer e acatar o seu poder sem limites. Toda a criação é para a glória de Deus e canta um hino ao Criador; é como uma grande sinfonia em louvor da Sua soberania; nós somos os Pontífices encarregados por Deus de a oferecer num hino consciente de louvor e ação de graças. Que tristeza se acontecesse o que nos recorda S. Paulo na sua carta aos Romanos (1, 21): «Os homens, porém, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças».

Os nossos primeiros pais foram os primeiros intérpretes dessa Criação; conviviam amistosamente com Deus num ambiente de admiração, adoração, súplica e gratidão. O pecado veio interromper este hino ao Criador e introduziu no mundo as tonalidades de expiação e satisfação. Jesus Cristo, «esplendor da glória do Pai» (Jo 1, 14) , veio introduzir no mundo o perfeito louvor. Toda a vida de Jesus Cristo é uma contínua referência ao Pai: o seu respirar, o seu agir, o seu alimento constante é dar glória a Seu Pai.

Devemos imitar Jesus nessa estima sem limites pela grandeza de Deus, nessa estima amorosa, nessa admiração jubilosa, que se exprime pela palavra e pelo canto. Deus é o único Bom (Mc 10,18), a única Beleza, a Suma Formosura – o único que tem direito ao nosso amor, à nossa admiração: «Majestade e esplendor precedem-No: poder e esplendor estão na sua morada santa» (Salmo 95, 6).

  1. O louvor é um dom de Deus para nossa salvação…

«Não precisando do nosso louvor, nem tirando proveito algum das nossas ações de graças, Vós inspirais e fazeis vossa a nossa Ação de Graças para que nos sirva para nossa salvação» (Prefácio IV).

Os discípulos de Cristo não devemos perder em nenhuma circunstância da nossa vida este ponto de mira: «Guardai-vos de fazer as vossas obras com o fim de serdes vistos pelos homens» (Mt 6, 1).

O dever do louvor impõe-se à Igreja como tal. O louvor vocal, próprio da liturgia, é como um sinal sensível de adoração e estima amorosa e de piedade filial para com Deus. A oração faz parte da mais íntima essência da própria Igreja, que é Comunidade de Oração. «Na Liturgia das Horas, a par do louvor divino, a Igreja exprime igualmente os votos e anseios de todos os cristãos; mais ainda, roga a Cristo e, por Ele, ao Pai pela salvação do mundo inteiro».

Nós cristãos temos o especial e honroso encargo de elevar a Deus Uno e Trino o louvor pela sua bondade, pela sua soberana beleza e pelo seu desígnio misericordioso acerca da nossa salvação sobrenatural. «Aclamemos o Senhor pela sua obra de salvação, cantemos ao Senhor pelas maravilhas que Ele operou, exultemos com hinos de alegria!» (cfr. Salmo de Meditação).

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