No chamado Domingo do Bom Pastor, celebra a Igreja o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.
1. A missão de evangelizar
A alegria da missão. «Naqueles dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor.»
Deus continua a chamar ao sacerdócio ministerial jovens de todas as condições sociais que se apresentem como portadores do carisma do celibato apostólico por Amor do Reino dos Céus.
Hoje parece que o Espírito Santo está a chamar jovens mais crescidos, muitos deles já com um diploma de curso superior na mão.
Não procuram emprego — alguns deles estavam já a trabalhar —, nem dinheiro — estava-lhes mais acessível com um curso universitário —, nem fama, porque não estamos em tempos nos quais a vocação sacerdotal é considerada honrosa.
Não recebem outra promessa que não seja a de trabalhar sem descanso em favor dos irmãos.
O sacerdote não espera promoção humana para si ou para a família e amigos, como acontece na vida politica. Veio para servir, e não para ser servido.
Não procura riqueza, mas, com o suficiente para viver, quando lhe é possível, entrega a sua vida ao serviço dos outros.
Nem sequer terá louvores. Consome-se com uma vela no altar, confessando, anunciando a Palavra de Deus e acompanhando os seus irmãos a caminho do Céu, até que se apaga.
Desejam apenas saborear a alegria de um sim, não apenas por alguns momentos, como nas festas humanas, mas para toda a vida.
O olhar de Cristo-Amigo seduziu-os, quando lhes dirigiu o convite, como a cada um dos Doze Apóstolos e aos apóstolos de todos os tempos.: «Vem e segue-Me!»
Cristo escolhe os Seus sacerdotes entre aqueles que se apresentam diante do Bispo, depois de chamados, e garantem que optaram pelo celibato apostólico por amor do Reino dos Céus.
Não esperam vantagens humanas deste passo. Na Igreja não há promoção de qualquer espécie: nem pela qualidade do serviço, nem pelo tempo de dedicação a ele, nem por qualquer influência de partidos políticos.
Todos vêm para servir os irmãos com alegria. Reservam apenas para si o direito de servir. E, no entanto, os jovens continuam a dizer sim ao chamamento, porque há uma alegria que ninguém mais experimenta ao dizê-lo.
Deus não chama pessoas criadas expressamente para esta vocação, com qualidades fora do vulgar. Já foi assim na escolha dos Apóstolos. A graça e a boa vontade farão deles homens de Deus. A Igreja é mãe destas vocações, como nos diz o Santo Padre na Mensagem que escreveu para este Dia Mundial das Vocações.
2. Bom Pastor com Jesus
A Luz da Palavra. «Naquele tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.»
Durante os três anos de Vida Pública, Jesus destinou-os a anunciar-nos a Palavra do Pai, ensinando-nos a viver como bons filhos de Deus. Queria conquistar os homens, não pela emoção, mas pela inteligência de tal modo que, juntamente com ela, toda a pessoa humana se Lhe entregasse.
É verdade que também fazia milagres. Mas eles serviam para mostrar o Coração misericordioso do Senhor, que se compadece das nossas misérias e limitações, o mesmo tempo que atraíam as pessoas para ouvir a pregação.
O sacerdote é, antes de tudo, ministro da Palavra de Deus. Na sua missão, ao falar, fala d’Aquele de quem se enamorou.
É verdade que a Palavra de Deus é como uma bebida: pode ser tomada numa vasilha preciosa, ou numa toda desbeiçada e suja. Mas a bebida é sempre a mesma.
Por isso, embora gostemos que a pessoa que nos anuncia a Palavra de Deus confirme com a sua vida o que prega, devemos fazer um esforço para superar esta limitação, para ver nessa pessoa alguém que nos anuncia a mensagem do Céu.
Cristo fala-nos pelo Sacerdote, embora, por vezes, exija de nós um maior esforço para a acolher a sua mensagem.
A Palavra de Deus não tem mais valor porque é pregada por este sacerdote eloquente do que por aquele que tem dificuldade em se fazer entender. É sempre o mesmo Deus que nos fala, e alcançamos sempre fruto dela, se formos humildes.
A Palavra de Deus pode encontrar em nós um obstáculo grande, como encontrava a de Jesus, na Sua vida terrena: a soberba, que nos leva a pensar que já sabemos tudo e, portanto, não é preciso escutá-la.
Ela é a boa semente que deve produzir frutos de boas obras na nossa vida. Não foi em vão que Jesus nos contou a Parábola do Semeador, convidando-nos a perguntar cada um de nós a si próprio que espécie de terreno temos sido para esta Semente divina.