Irmãos: narra-nos o Evangelho deste domingo que Jesus, tomando em Sua companhia os apóstolos Pedro, Tiago e João, subiu um dia a um alto monte e, ali, perante o assombro dos discípulos, Se transfigurou: a Sua figura humana tornou-Se como que imaterial, rodeada de uma luz ofuscante, o rosto radioso como o sol e as vestes alvas como a neve; mais uma vez se fez ouvir a voz do Altíssimo, confirmando a divindade de Jesus, Seu Filho. (Este é o meu Filho muito amado, escutai-o).
Assim Jesus Se revelou aos Seus discípulos, dando-lhes a antevisão da Sua imensa glória.
Pela graça do Altíssimo veio ao mundo e faz-Se «Homem entre os homens». Cresceu e viveu junto de Maria e José, uma vida simples e obscura, como qualquer criança à Sua volta. Chagada a hora da Sua vida pública e perante o pasmo dos que O conheciam, surge a Sua figura serena, de olhar profundo e palavra eloquente, pregando a Boa Nova.
O Seu poder de comunicação, a atração que emanava de toda a Sua pessoa, intrigava aqueles que começavam a segui-lO dia a dia em maior número; olhavam-nO, escutavam-nO, mas não podiam compreender como Jesus de Nazaré, o filho do carpinteiro José e da doce e humilde Maria, Se tornara, de um dia para o outro, no Mestre a Quem seguiam multidões.
Sentiam que o sereno Rabi, tinha qualquer poder sobre-natural, qualquer mistério profundo na Sua atraente personalidade que não conseguiam explicar.
Muitos viam em Jesus, um novo profeta, outros o Messias prometido e tão desejado que vinha, finalmente, salvar o povo israelita do domínio romano e fundar o reino de Israel.
E assim ia passando o tempo: Jesus pregava, ensinava, curava doentes, ressuscitava mortos, seguido pela multidão que tudo presenciavam atónicos!
Já muito próximo dos dias cruéis da Sua Paixão e Morte, Jesus resolveu dar a conhecer a alguns dos Seus discípulos, Pedro, Tiago e João, a natureza divina da Sua missão.
Caídos por terra com assombro e temor, os três discípulos devem ter, finalmente compreendido, a natureza divina do seu Mestre e a grandeza da Sua missão.
Por ordem do Senhor, só depois da Ressurreição haviam de revelar o sucedido.
Teremos nós, um dia a aventura inefável da visão beatífica de Jesus Cristo?!
Nesta Quaresma que estamos a viver, procuremos ser dignos da misericórdia do Senhor para com todos nós; peçamos-Lhe que nos ajude e ilumine o nosso caminho, para merecermos um dia a graça imensa de O contemplar em toda a Sua majestade na glória dos céus.