Todas as leituras deste domingo nos falam da bondade de Deus, que não se dirige somente aos poderosos e aos sábios, mas procura sobretudo os pequeninos e os humildes.
Quando o Senhor, há dois mil anos, pronunciou, na Judeia, estas palavras, talvez muitos não gostassem de as ouvir. De facto, muitos dos judeus, se julgavam seguros da salvação, porque tinham passado a sua vida a estudar e conheciam perfeitamente as Escrituras. Conheciam a lei, cumpriam as suas prescrições, era, pois, a eles que estava destinado o Reino dos Céus.
E eis que chega Jesus, e deixando de lado os sábios e os orgulhosos, se dirige aos pequeninos, àqueles que eram desprezados pelos outros e é a esses que oferece a Sua ajuda e consolação.
Se há virtude que ao longo do Evangelho, Cristo nos exorte repetidamente a praticar, é precisamente a humildade. E, no entanto, ainda hoje as pessoas não aprenderam a ser humildes. Por isso querem impor a sua opinião sem ouvir a dos outros, por isso desprezam os que julgam menos inteligentes, por isso surgem as divisões nas famílias, as lutas entre grupos e quantas vezes a violência.
Jesus dá-se a Si próprio como exemplo a seguir: «Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração».
Ser manso e humilde como Jesus o foi, não significa aceitar passivamente o erro, mas procurar estabelecer a verdade com firmeza, mas sem violência, com respeito pelos outros, mais pelo exemplo do que pela força.
É difícil, mas é o jugo que Cristo nos impõe. E se o carregarmos de boa vontade, o Senhor nos virá dar a Sua ajuda e o jugo se tornará leve.
É Ele próprio que o promete no Evangelho que acabámos de ler. São palavras de um Pai em que transparece a imensa ternura pelos homens, seus filhos: «Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei».