4 de dezembro de 2022 – 2º Domingo do Advento – Ano A

O Domingo, dia do Senhor, enche o nosso coração de alegria e esperança. É o encontro com o Senhor que vem visitar-nos e encher o nosso coração de vida, de esperança e de paz.

 

1-Acolher o Deus maravilhoso.

Vivemos em situações de perplexidade e com graves problemas. Há como que um pedido de atenção, disfarçado numa certa arrogância… ou distanciado pela indiferença e ignorância! Há uma sede de respostas a exigir conhecimento do Deus verdadeiro, do sentido, fundamento e profundidade humana.

Há sinais de derrota, de egoísmo, de falsidade, de violência, guerra e vazio. Alguns constroem com base neste egoísmo feroz, desprezando os sinais de Deus e da sua vinda, desprezando os sinais de uma humanidade sedenta de justiça, de verdade e de amor.

Deus quer que descubramos os sinais belos da esperança. Uma esperança que nos sustem no cansaço e na luta. Esperança que alenta o nosso coração para o que vale a pena, para a unidade fraternal que nos retira da solidão infrutífera. Esperança que alenta para a beleza do desafio da aventura humana como um tesouro maravilhoso. Esperança na proposta da partilha, da comunhão no comum projeto de realização humana.

A Palavra de Deus traz-nos a consolação, a vida em abundância, a força da fidelidade. Tudo começa por pequenos sinais. Um ramo, um rebento, uma criança. O nosso Deus se faz Menino e vem ao nosso encontro. Apaixonou-se pelo ser humano. Ei-lo que vem. Sendo Deus começa a sua aventura humana no Seio Virginal de Maria. Que maravilha, que alegria, que consolação.

Ser discípulo. Vê, escuta, conhece, ama, segue, faz-te servo, anuncia com alegria a profecia do Espírito: Jesus Cristo, Deus e Homem, Morto, Ressuscitado.

 Ser novo ramo, rebento de esperança O futuro anuncia-se não no fracasso, mas na novidade, nas surpresas, na vitória de Deus feito Homem. Essa novidade é também a nossa mudança, a possibilidade que damos a Deus de nos propor, de ser resposta de vida, projeto audacioso da nova relação com as pessoas, da construção segura da vida, da sociedade e da história.

 

2-Acolher as propostas de Deus.

São muitos os sinais doados para que vivamos e construamos a vida pessoal, societária e eclesial, de acordo com a esperança que a Palavra de Deus nos propõe.

Abertos às surpresas de Deus que está vivo e entre nós, valorizemos os pequenos sinais de vida, os ramos e os rebentos. Na nossa vida concreta e quotidiana valorizemos tudo o que faça surgir a vida, a esperança, a paz.

A aceitação maravilhosa do dinamismo do Espírito. Somos chamados a viver do Espírito de Deus que fará em nós um dinamismo polifacetado de dons, talentos e possibilidades que nos tornam mais divinos e mais humanos.

A vivência da Palavra de Deus que alimenta a nossa vida de forma profunda despertando a beleza do paraíso, pela realização da paz, da bondade, da partilha.

A mudança da mentalidade e das atitudes de conversão, o acolhimento do outro, o espírito de serviço, a coerência de vida, a centralidade da nossa vida no mistério de Cristo.

A vivência de uma espiritualidade gerada no mistério da Incarnação, Morte e Ressurreição de Jesus e enriquecida pela comunidade eclesial dos crentes, dos santos.

A vivência da exigência da Boa Nova: a conversão e adesão plena ao Evangelho. Uma conversão com critérios da proposta de Cristo e interpretados em nós com a sinceridade e a maturidade da adultez  cristã, traduzidos pela seriedade da vivencia sacramental, da unidade na comunhão dos santos, na leitura dos sinais dos tempos e consequentes respostas.

Dar atenção e acolher cada pessoa. Ter tempo para a vida!: para a família, os doentes, os idosos, os pobres, os pecadores. Os pecadores são os que estão mais nas periferias. Eles precisam de saber que Deus os ama, que Deus os quer, que Deus vem para eles.

Configurar-se com a proposta da justiça, da paz, da fraternidade, do amor e defesa da vida.

A audácia da unidade forjadora de mais possibilidades, mais meios, mais missão, mais Igreja, mais humanidade.

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