3 de junho de 2018 – 9º Domingo do Tempo Comum – Ano B

A santificação do dia do Senhor ocupa um lugar importante na Sagrada Escritura.
No Antigo Testamento o Povo de Deus santifica o dia de Sábado. Santificar o Sábado significava distingui-lo dos outros dias da semana para o consagrar totalmente a Deus.
Enquanto no Antigo Testamento era o Sábado o dia consagrado ao Senhor, no Novo Testamento, com a Ressurreição de Jesus Cristo, os primeiros cristãos passaram a santificar o primeiro dia da semana.
Assim, o velho Sábado, já muito desvirtuado, deu lugar ao grande Dia de Festa – o Domingo, a Páscoa de Jesus, o dia bem-aventurado da Ressurreição.
O Domingo para os cristãos, que o são de verdade, é dia de ação de graças, de oração, é dia da comunidade, em que os irmãos em Cristo se reúnem para ouvir a Palavra de Deus, celebrar a Eucaristia, para criar laços de fraternidade e amor. Dia em que devemos estar mais dispostos a fazer paragem e falar mais facilmente com Deus, evocar o seu amor e os seus benefícios, fortalecer o espírito com a meditação e o estudo da Palavra de Deus.
Meus irmãos, quando o Domingo perde esta dimensão, já não é o dia do Senhor, transforma-se, com frequência, no dia em que o homem folga, mas sem dar a Deus o lugar que Ele deve ter na sua vida.
E nós, com que espírito vivemos o Domingo?
Como celebramos a Eucaristia?
Temos consciência de que, com o sacerdote, somos uma comunidade celebrante?
A participação na Eucaristia há-de manifestar-se em todos os atos da nossa vida. Assim, o Domingo será para cada um de nós e para o mundo que nos envolve, um dia de festa, de alegria, de ação de graças, um dia de repouso no Senhor.
O Domingo é tempo forte de amizade, de entreajuda, de bem fazer. Nele se devem estreitar e aprofundar os laços de solidariedade, se deve trabalhar pela paz entre as pessoas e os grupos, paz que tem de assentar na verdade, na justiça e no amor.
O Domingo é também o dia em que mais devemos ter presentes os problemas reais que nos rodeiam como os idosos, crianças, jovens, os sem abrigo, os que não têm trabalho, etc.
Se a Eucaristia de Domingo for bem vivida, ela prolongar-se-á por toda a semana e, de certo, encontraremos tempo e disponibilidade para dar uma resposta amorosa a tantos que sofrem sem terem uma palavra amiga, um gesto de carinho que lhes suavize o seu desconforto.
Esta partilha de amor deve começar por ser vivida na família.
Verificamos hoje que, distanciados uns dos outros durante a semana, os membros da família continuam também distanciados nos fins de semana e, mais concretamente, no Domingo. Cada um preenche o seu tempo livre como lhe apraz, sem se preocupar em reservar algumas horas para fortalecer e enriquecer a vida familiar vivendo mais profundamente a comunhão que deve existir na família.
Temos consciência de que, para dar resposta a tantos problemas que surgem todos os dias, tem de haver um empenho muito grande na vivência da fé, no amor a Deus e aos irmãos?
Isto exige muito sacrifício e muita renúncia da nossa parte. Mas já São Paulo, na 2ª Carta aos Coríntios, diz: “Somos constantemente entregues à morte, por causa de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal”.
Essa manifestação há-de dar-se também na vida daqueles com quem partilhamos o amor com que Deus nos enriquece tornando-nos felizes.

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