2 de novembro de 2025 – Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos (1ª Missa)

LEITURA I Job 19, 1.23-27a

Leitura do Livro de Job

Job tomou a palavra e disse: «Quem dera que as minhas palavras fossem escritas num livro, ou gravadas em bronze com estilete de ferro, ou esculpidas em pedra para sempre! Eu sei que o meu Redentor está vivo e no último dia Se levantará sobre a terra. Revestido da minha pele, estarei de pé; na minha carne verei a Deus. Eu próprio O verei, meus olhos O hão-de contemplar».

Palavra do Senhor.

 

SALMO RESPONSORIAL Salmo 26 (27), 1.4.7 e 8b e 9a.13-14 (R. 1a ou 13)

Refrão: Espero contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.

Ou: O Senhor é a minha luz e a minha salvação.

O Senhor é minha luz e salvação:
a quem hei-de temer?
O Senhor é o protector da minha vida:
de quem hei-de ter medo?

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida,
para gozar da suavidade do Senhor
e visitar o seu santuário.

Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica,
tende compaixão de mim e atendei-me.
A vossa face, Senhor, eu procuro:
não escondais de mim o vosso rosto.

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor
na terra dos vivos.
Confia no Senhor, sê forte.
Tem coragem e confia no Senhor.

 

LEITURA II 2 Cor 4, 14 – 5, 1

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios

Como sabemos, irmãos, Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há-de ressuscitar com Jesus e nos levará convosco para junto d’Ele. Tudo isto é por vossa causa, para que uma graça mais abundante multiplique as acções de graças de um maior número de cristãos para glória de Deus. Por isso, não desanimamos. Ainda que em nós o homem exterior se vá arruinando, o homem interior vai-se renovando de dia para dia. Porque a ligeira aflição dum momento prepara-nos, para além de toda e qualquer medida, um peso eterno de glória. Não olhamos para as coisas visíveis, olhamos para as invisíveis: as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas. Bem sabemos que, se esta tenda, que é a nossa morada terrestre, for desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus e não é feita pela mão dos homens.

Palavra do Senhor.

 

EVANGELHO Mt 11, 25-30

+ Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Palavra da salvação.

 

Reflexão

Hoje, a Igreja comemora todos os fiéis defuntos, os cristãos que, ao longo dos séculos, acreditaram e viveram conforme o ensinamento de Jesus, confiaram na misericórdia de Deus e esperaram confiadamente na ressurreição dos mortos.

Fazemos memória hoje daqueles que nos precederam na fé, celebrando esta Eucaristia na certeza de que Deus conduz para o Seu “Reino de paz, justiça e alegria” (Rom 17, 14) aqueles que O amam e servem, aqueles que confiam na Sua bondade de Pai.

1. Celebrar a alegria da ressurreição

A Igreja celebra hoje o dia dos Fiéis Defuntos, festa que já é celebrada desde o século XI. E embora seja um dia que traz alguma tristeza pela saudade e memória dos nossos entes queridos que já partiram, esta celebração é sobretudo para nos levar à esperança, é um convite a viver com fé e certeza a eternidade que nos espera.

A liturgia celebra os defuntos não para nos assustar, mas para nos levar a descobrir o verdadeiro sentido da vida e lembrar a grande verdade da nossa fé: a ressurreição. Por isso, Tertuliano dizia: «A esperança cristã é a ressurreição dos mortos; tudo aquilo que somos, somo-lo na medida em que acreditamos na ressurreição».

Isto mostra bem a ligação que existe entre ambas realidades e que São Paulo explica bem quando afirma: “Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido” (1 Tes 4, 14). De facto, todos os que morrem em Cristo, com Ele hão de viver e reinar eternamente (cf. 1 Tes 4, 14; 1 Cor 15, 22).

É, portanto, a alegria, não o medo ou a angústia, que hoje a palavra de Deus nos quer comunicar, a alegria de quem recebeu do alto a luz da Páscoa que ilumina cada sepulcro.

Comemoramos em ação de graças a morte porque acreditamos na ressurreição. Porque sabemos, e de fonte segura, que «se esta tenda for desfeita, recebemos nos Céus uma habitação eterna, que é obra de Deus» (2 Cor 5, 1).

Comemoramos os fiéis defuntos porque acreditamos que, embora tenham morrido, eles acreditavam em Cristo, como nós, hoje, e por isso, apesar de mortos, vivem! Pois «todo aquele que vive e acredita [em Cristo], nunca morrerá» (cf. Jo 11,26). Isto explica as flores com que nestes dias se adornam os túmulos, pois são sinal de vida e de esperança.

Assim, hoje celebramos a vida e não propriamente a morte; celebramos a esperança e não o desespero; celebramos uma doce tristeza duma separação que é alegria da entrada numa nova vida: o Céu, o Reino de Deus!

 

2. Orar por todos

E nestes dias, os cristãos e as famílias vão aos cemitérios, onde jazem os restos mortais dos seus parentes, na expectativa da ressurreição final. Por esta razão, oferecemos a Eucaristia por todos os nossos familiares e amigos já falecidos. Pensamos, de maneira particular, naqueles que, durante o ano passado, deixaram este mundo.

Mas o dia de hoje exige também que não esqueçamos na oração as almas de muitos defuntos que ninguém recorda, para os confiar ao abraço da Misericórdia divina. Rezo sobretudo pelas vítimas da violência, dos conflitos e tantos acontecimentos sangrentos que continuam a afligir a humanidade. A comemoração de todos os defuntos não pode deixar de ser uma invocação de paz conjunta: paz para quem já viveu, paz para quem vive e paz para quem há de viver.

 

3. Olhar para Aquela que roga por nós na hora da nossa morte

O nosso olhar, neste dia volta-se por fim para a Mãe de Jesus e nossa mãe. Na glória do Paraíso resplandece a Virgem Maria, que Cristo coroou como Rainha dos Santos. É para Ela, “sinal de esperança segura e de consolação” (LG 68), que olha a Igreja. A Nossa Senhora confiamos todos os defuntos para que os conduza à serena paz do paraíso. Que Ela também esteja presente na nossa vida para nos acompanhar rumo à Pátria definitiva e “rogue por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”.

 

ORAÇÃO UNIVERSAL OU DOS FIÉIS 

Irmãos e irmãs:
Oremos a Deus Pai todo-poderoso, Senhor da vida e da morte, pedindo-Lhe que dê o descanso eterno a todos os fiéis defuntos e a paz aos que os choram com saudade, dizendo (ou: cantando), com humildade:

R. Ouvi-nos, Senhor.
Ou: Senhor dos vivos e dos mortos, ouvi-nos.

1. Pelas Igrejas cristãs de um extremo ao outro da terra,
para que ajudem os seus fiéis a apreciar com sabedoria
as coisas invisíveis e eternas,
oremos.

2. Pelos bispos, presbíteros e diáconos,
que exerceram o seu ministério no meio de nós,
para que Deus seja a sua glória e o seu prémio,
oremos.

3. Por todos os fiéis que acreditaram no Evangelho,
para que, na manifestação de Cristo Redentor,
possam contemplar a Deus face a face,
oremos.

4. Pelos que se dedicaram à vida pública e social
e por aqueles que lutaram por maior justiça e fraternidade,
para que o Senhor os recompense dos seus trabalhos,
oremos.

5. Pelos que choram a morte de um ente querido,
esposa, marido, filho ou amigo,
para que sejam consolados pela promessa da imortalidade,
oremos.

6. Por aqueles que, na nossa comunidade (paroquial),
morreram sem o conforto da oração cristã,
para que o Senhor os acolha na sua misericórdia,
oremos.

(Outras intenções).

Deus todo-poderoso e eterno,
que criastes o homem à vossa imagem e semelhança, dai a luz e a paz da vossa presença àqueles que já partiram deste mundo e concedei a consolação da futura imortalidade aos pequeninos a quem revelastes os vossos mistérios.
Por Cristo Senhor nosso

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