26 de junho de 2016 – 13º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Chamados por Deus, tornados «filhos da luz» pela graça do Santo Batismo, procuremos «permanecer no esplendor da Verdade» (Coleta) e ser verdadeiramente uma Comunidade de fiéis… A fidelidade à própria vocação é fruto da graça de Deus e da correspondência generosa e constante de cada um.

  1. A vocação é uma ato eterno e gratuito de Deus: «Chamou a Si os que Ele mesmo quis» (Mc 3, 13).

A passagem de Jesus pela terra está marcada por um imenso carinho a toda a gente; ao longo dos três anos de vida pública, Ele foi preparando o prolongamento e a continuação da sua missão redentora ao longo da história humana. Logo no início da sua pregação, podemos notar-Lhe um propósito bem concreto e preciso: escolher os homens que hão-de ser os seus continuadores. E começa por chamá-los: «Chamei-te pelo teu nome: tu és meu» (Is 42, 1).

A vocação é um ato eterno e gratuito de Deus pelo qual se desvela ao homem concreto o porquê e o para quê da sua vida inteira:

«Se me perguntais como se nota a chamada divina, como nos damos conta dela, dir-vos-ei que é uma visão nova da vida. É como se se acendesse uma luz dentro de nós: é um impulso misterioso que move o homem a dedicar as suas mais nobres energias a uma atividade que, na prática, chega a tomar corpo de ofício. Essa força vital, que tem algo de irresistível, é o que outros chamam vocação. A vocação leva-nos, sem darmos por isso, a tomar uma posição na vida que manteremos com vibração e alegria, cheios de esperança, até ao mesmo momento da morte. É um fenómeno que comunica ao trabalho um sentido de missão, que enobrece e dá valor à nossa existência. Jesus mete-se com um ato de autoridade na alma, na tua e na minha: essa é a chamada» (S. Josemaria).

  1. «Quem olha para trás não serve para o Reino de Deus» (Evangelho).

O profeta Eliseu quer ir primeiro abraçar seu pai e sua mãe…O Evangelho de hoje fala-nos de um outro a quem Jesus dirige o chamamento: «Segue-me». E ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». E um outro: «Deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família». O Senhor, quando chama, exige um verdadeiro empenhamento, um compromisso vigoroso, uma dedicação sem limites nem condições: «Quem olha para trás, não serve para o Reino de Deus»; «O Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça»; «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos» (Ev.).

Para entender bem o que significa uma resposta pronta, decidida e vigorosa à vocação divina, há que pensar na sabedoria de Estêvão, primeiro mártir do Cristianismo, na palavra de Pedro, primeiro Vigário de Cristo na terra, no ímpeto de S. Paulo, o Apóstolo da gentes: nada podia conter ou diminuir a sua força; nem a cólera do povo, nem a violência dos tiranos, nem o ataque dos demónios, nem os perigos constantes. Como rio impetuoso passaram sobre tudo o que lhes apareceu por diante. A certeza da chamada, a consciência da missão, a fé heróica em Cristo ressuscitado despertava neles um arrojo sem limites: «Sei em Quem acreditei…Quem me separará do amor de Cristo?» (Rom 8).

Conduzidos pelo Espírito Santo, tornados servos uns dos outros pela caridade, amando o próximo por amor de Deus, mortificando as obras da carne, eles permaneceram firme no Senhor, perseverantes na sua vocação, com um zelo heróico que lhes comia as entranhas…(Cfr. 2ª leitura).

  1. Fidelidade à vocação.

Temos que ser fiéis à nossa vocação. A nossa fidelidade tem que ser inquebrantável, sem vacilações. Temos que pedir ao Senhor o dom da perseverança. A vocação não se discute. Ser fiéis significa estar muito perto de Deus e mais alegria que essa não existe: «A Seu lado viverei na plenitude da alegria» (Salmo de Meditação).

Ser fiéis significa ser felizes e contagiar os demais com esse contentamento e esse gozo. Ser fiéis significa ter «uma determinada determinação de seguir em frente, ainda que haja escuridão, ainda que se afunde o mundo, aconteça o que acontecer» (Santa Teresa de Ávila).

A perseverança vai unida à fé e à confiança em Deus, que não falta com as suas graças: «Com o Senhor a meu lado não vacilarei» (Salmo de Meditação).

Nossa Senhora, a Virgem fiel, de pé, junto da Cruz de Seu Filho, com a maior dor humana, é modelo de perseverança heróica, de fidelidade total a tudo o que Deus lhe pediu. «Quem é fiel no pouco também é fiel no muito». Que Ela nos consiga de Deus a graça da fidelidade à nossa vocação: «O Senhor é parte da minha herança, nas Suas mãos está o meu destino» (Salmo de Meditação).

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