25 de junho de 2023 – 12º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Ser cristão é fazer parte da Igreja Católica e não apenas inscrever-se num grupo, como quem se faz sócio dum clube ou de uma academia qualquer. Implica disponibilizar-se inteiramente para seguir um novo estilo de vida que tem por modelo Jesus Cristo.

Ele assumiu a nossa forma humana, sem deixar de ser Deus, para nos ensinar, com o exemplo e com a Palavra, como havemos de nos tornarmos bons filhos de Deus.

 

  1. Fidelidade ao Senhor

Triunfo aparente da maldade. «Disse Jeremias: “Eu ouvia as invectivas da multidão: ‘Terror por toda a parte! Denunciai-o, vamos denunciá-lo!’ Todos os meus amigos esperavam que eu desse um passo em falso: ‘Talvez ele se deixe enganar e assim poderemos dominar e nos vingaremos dele’

O profeta Jeremias é o exemplo do homem que sofre por causa de se manter fiel à vontade do Senhor.

Jerusalém vive os tempos infelizes anteriores à deportação dos israelitas para Babilónia. Nabucodonosor cercou a cidade santa, enquanto os políticos estão divididos. Um grupo influente quer levar o rei – um homem vítima da sua fraqueza de carácter – a fazer uma aliança com o Egipto, para deste modo fazerem frente ao invasor.

Outro grupo a que pertence o profeta pensa que uma tal aliança não só nada vai resolver – o inimigo poderoso a que ninguém ousa resistir está ali mesmo –  como até o vai irritar, apressando a desgraça da cidade. Jeremias sabe que a aliança com o Egipto é também um perigo para a fé dos hebreus. Trata-se de uma nação corrupta e o mal é contagioso.

O profeta anuncia que, se fizerem esta aliança, haverá terror por toda a parte. É melhor negociar a paz com o invasor. Os seus inimigos, porém, repetem num tom de escárnio as suas palavras – “terror por toda a parte” – e conseguem que o rei o mande pretender e meter numa cisterna a transbordar lama, deixam-no em perigo de vida.

Este é um drama de todos os tempos que faz entrar em crise de fé os que defendem os interesses de Deus. Porque hão-de triunfar os inimigos do Senhor, enquanto os Seus amigos, aqueles que lutam para fazer a sua vontade acabam derrotados?

O triunfo do mal e dos que o promovem desconcerta-nos. Por que não ajuda Deus os Seus amigos e deixa-os perecer, enquanto aos que promovem o mal tudo lhes corre bem?

Também na vida de Jesus aconteceu este drama. Por que não apressou Deus o fim da vida de Herodes, em vez de obrigar a Sagrada Família a enfrentar todos os perigos e desconforto no Egipto? Hoje compreendemos que era necessário que o Filho de Deus mergulhasse no anonimato, para ter uma infância, adolescência e juventude como qualquer outro jovem, longe da agitação que se seguiu ao nascimento em Belém.

Deus tem os Seus planos e a Sua hora, enquanto parece que o mal leva tudo de vencida. Entretanto, resta-nos exercitar a confiança em Deus e o abandono aos Seus desígnios de infinita sabedoria: Deus sabe mais. Nada acontece sem que Ele permita, porque é o Senhor omnipotente; e quando o permite, é porque fica aberta a porta para que recebamos um grande bem: Confiemos n’Ele.

 

  1. A virtude da fortaleza

A fortaleza que o Senhor nos pede manifesta-se em diversas ocasiões da vida do cristão.

 Na proclamação da verdade. «disse Jesus aos seus apóstolos: “Não tenhais medo dos homens, pois nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se. O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido proclamai-o sobre os telhados

  • Intenção recta. É indispensável fazer as coisas diante do olhar do Senhor, com a finalidade de Lhe agradar, como a criança delicada gosta de ver no rosto do pai um sorriso de satisfação ao ver o que ele faz. Quando uma pessoa tem como preocupação exclusiva ou predominante de agradar às pessoas, é tentada a fazer, não o que Deus quer, mas o que pode cativar a aprovação dos que vivem ao seu lado.

Não queremos conquistar louros com o que fazemos, nem humilhar os outros pelo se comportamento diferente do nosso, mas dar glória a Deus.

Para isso, cultivemos a transparência das nossas intenções no que fazemos e dizemos. Não temos outro desejo que não seja o de agradar a Deus com a nossa conduta.

Seria um erro andar à procura de disfarces para as nossas convicções religiosas e para as exigências da nossa fé. Mesmo em tempo de perseguição religiosa, atuamos com uma certa prudência… mas se formos surpreendidos devemos confessar generosamente a nossa fé. Assim fizeram os mártires de todos os tempos.

  • Transparência no que fazemos. Quando nos deixamos condicionar pelas pessoas, rapidamente falta a transparência no que dizemos e fazemos. Passamos a ceder à tentação de ocultar determinadas atitudes, não porque são más, mas para conseguir a aprovação de quem nos vê.

Esta distorção dá pelo nome de respeito humano. É uma cobardia sem qualquer sentido ocultar as nossas palavras e atitudes cristãs para que pensem bem de nós.

O preço do respeito humano é a perda da liberdade pessoal. Não fazemos o que queremos e devemos, mas o que querem os outros ou lhes agrada.

  • Sinceridade. Desta fortaleza em falar verdade pela frente das pessoas e no momento próprio nasce a afeição dos que vivem connosco. Sabem que diremos nada contra eles quando se forem embora. Agindo com caridade e prudência, prestamos-lhe uma grande ajuda com esta sinceridade.

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