20 de novembro de 2016 – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

A solenidade de Cristo Rei lembra-nos o Senhor das criaturas. O amigo dos homens e Senhor da história. Lembra-nos Jesus Cristo, imagem de Deus invisível fundador e da Igreja, Rei dos nossos corações, Rei de santidade, de graça e de paz.

A festa litúrgica de Cristo Rei não é muito antiga. O próprio calendário sofreu alterações na reforma de Paulo VI. A realidade da realeza de Cristo vem do princípio do Cristianismo. O Anjo da Anunciação diria: «o seu reinado não terá fim». Mais antigo é o Reino de Deus. Desde a eternidade o Senhor nosso Deus é o Rei do Universo e Jesus Cristo de igual modo como Filho eterno do Pai.

Sem perder de vista esta perspetiva, o que hoje queremos celebrar é a realeza de Cristo, desde a sua incarnação, a vida pública, e gloriosa. Cristo Rei na Igreja e no mundo.

Eis que vimos celebrar e adorar NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO.

Reinado eterno

O reinado eterno de Deus é ao mesmo tempo terreno e celestial. Desde o princípio se manifesta o poder divino na obra da criação, os astros do céu, a terra, as plantas e animais, os seres visíveis e invisíveis, a humanidade. O Catecismo da igreja católica (n.º 763) recorda que Cristo inaugurou na terra o reino dos céus, prometido desde há séculos nas Escrituras. Os profetas, os salmos, tantos livros do Antigo Testamento nos falam do reino, reino referido repetidas vezes no Vaticano II em referência à Igreja que Cristo fundou e implantou, como anuncia nas primeiras palavras da sua pregação: «completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo».

Com efeito Jesus apresenta a sua ação na linha do reinado anunciado pelos profetas, os Apóstolos proclamam o Evangelho do Reino e o Reino é o tema central da pregação evangélica tal como se lê nos Atos dos Apóstolos. É um dom de Deus que Jesus comunicou à Igreja e aos discípulos.

Imagem de Deus invisível

A Igreja torna-se presença do Reino de Deus no mundo. Crescerá pelo seu próprio poder como a semente, até se tornar numa grande árvore. S. Paulo refere que o Senhor nos transferiu para o Reino de seu Filho muito amado. A presença do Reino de Deus vem para vencer em cada cristão o reino do pecado. Tarefa bem difícil apresentada a cada um de nós como uma lição. Jesus leva a missão até ao supremo suplício da cruz e aí um pecador, o ladrão arrependido, reconhece a sua realeza e Cristo ao oferecer a sua vida proclama o valor do Reino (Ev.). A ressurreição futura torna-se testemunho e prova de quanto acabamos de refletir. Eis Jesus Cristo Rei no altar da Cruz e na glória da ressurreição.

Rei dos povos e dos corações

Mais do que dados históricos ou escriturísticos, importa abraçar e realçar as características do Reino de Jesus Cristo.

Fazer-se irmão, humilde e paciente, condições essenciais do cristianismo. Edificar um reino de paz e de amor. A dimensão espiritual do reino de Cristo torna-se de tal modo exigente que não é uma inscrição ou um sacramento que nos faz seus membros. É uma vida. Vida de paz e de amor que nasce do próprio coração. A imagem que temos do mundo levanta sérias interrogações. Neste mundo de guerra e vingança como é possível instaurar o Reino de Cristo? Transformando o mundo de cada coração humano que busca a paz. Ser humilde e reconhecer que servir é reinar e que «todo o homem é meu irmão». Não esperar tudo dos padres para o crescimento do Reino e reconhecer que por meio dos leigos eles o podem dilatar. Numa Igreja de padres e leigos, todos são agentes do reino proclamando a verdade, promovendo a justiça, testemunhando a caridade, lutando contra todas as formas de escravidão e corrupção. A justiça, o amor e a paz podem ser palavras muito bonitas mas não bastam se cada um pensa que são os outros que as devem viver.

O Reino preparado desde o Antigo Testamento, instaurado por Cristo, qual pequenina semente, está a germinar todos os dias e em crescimento permanente. Nele são chamados a trabalhar os Apóstolos, os santos e os mártires, o mais humilde dos fiéis, tu e eu, leigos e sacerdotes, as famílias com o testemunho das suas vidas e colocando ao serviço do bem os instrumentos de progresso humano como a comunicação social e todos os meios de valorização da pessoa. Tudo quanto ajuda o homem a crescer humana e espiritualmente é obra do Reino.

O Reino de Cristo é um problema de opção. Quem busca apenas este mundo perde este e o outro. Quem quer o céu ganha-o aqui na terra. A Igreja pelo Espírito Santo, enviado em dia de Pentecostes, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos (LG 5).

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