Deus é Deus de todos
O ensinamento comum às três leituras pode sintetizar-se nas palavras de São Paulo: «Deus quer que todas as pessoas sejam salvas e cheguem ao conhecimento da verdade». No Antigo Testamento os profetas apresentavam como condição necessária e suficiente para participar da salvação de Deus, o comportamento de quem acata a vontade de Deus e não as delimitações geográficas (I leitura). Mateus, por sua vez, apresenta-nos Jesus que, embora entendesse pôr à prova a mulher cananeia, não soube resistir às demonstrações da sua fé, abrindo já um precedente para ajudar a Igreja, que fundará, a reconhecer a sua missão universal (Evangelho). Paulo contempla num único olhar a história da salvação para concluir que, no termo de todas as vicissitudes históricas, surgirá a salvação final, obra da misericórdia de Deus para todos (II leitura).
Da primeira leitura aprendemos que, para agradar a Deus, é suficiente a boa vontade e intenção de cumprir a Sua vontade, pois todas as outras razões são divisões criadas pela visão humana viciada, na maioria dos casos, por motivações egoístas.
A pergunta que devemos dirigir-nos como comunidade é: qual é a nossa mentalidade a respeito do acolhimento, compreensão, ajuda, confraternização? Quais limites criados às exigências do universalismo evangélico? Uma palavra que deve ser exorcizada no nosso meio é a palavra racismo.