A Providência divina tudo governa com sabedoria. Deus serve-se das pessoas e dos acontecimentos para nosso proveito. É em função dos bens eternos que devemos utilizar os bens passageiros deste mundo.
Chamei pelo teu nome e tomei-te pela mão
No passado Domingo ouvíamos S. Paulo dizer que «a magnificência divina providenciaria com abundância, porque conhece as nossas necessidades». Assim aconteceu. Na sua aflição, o Apóstolo foi socorrido pela mão generosa dos cristãos de Filipos (Filip 4, 19-20). Hoje, «dá graças contínuas a Deus» também para com os cristãos da Igreja dos Tessalonicenses e «recorda o esforço da sua caridade».
Na primeira leitura, vemos a divina providência, socorrendo o povo israelita através de um novo rei, que põe termo ao império Babilónico. Deus serve-se dos acontecimentos normais da vida para dar um rumo novo à história. Ele é o Senhor do tempo, de tudo e de todos: «Eu sou o Senhor e mais ninguém!» Escolheu o Rei Ciro para governar as nações, mas «foi por causa de Israel», o povo eleito, para que os judeus pudessem regressar à sua pátria. De facto, Ciro deu a liberdade aos israelitas e ajudou-os a reconstruir o Templo de Jerusalém. Devemos mostrar a nossa gratidão, sabendo que Deus governa o mundo com justiça, a sua Providência concorre em tudo para o nosso bem. Os próprios governantes, mesmo sem o saberem, são instrumentos de que Deus se serve para realizar os seus desígnios salvíficos.
Você é Deus?
No Evangelho, Jesus responde a uma pergunta insidiosa dos fariseus e dos herodianos. Pagar o imposto ao imperador romano era considerado como uma limitação do poder divino sobre o seu povo. Recusar esse pagamento podia ser interpretado como uma rebeldia contra a autoridade. Deste modo, qualquer que fosse a resposta, Jesus estaria sempre diante de uma armadilha, pois não agradaria aos seus inquisidores. Mas o divino Mestre, conhecendo a malícia dos que lhe armam esta cilada, não responde diretamente. Pediu uma moeda do tributo, que tinha gravada a imagem e a inscrição do Imperador romano e pronunciou esta magnífica sentença: «Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.» Louvemos a sabedoria divina que nos ensina a respeitar e a cumprir as leis da sociedade e as leis divinas. Obedecendo a Deus, teremos força para obedecer aos homens. A caridade cristã diz-nos que dando aos homens, também damos a Deus.
Somos convidados a refletir nas palavras do Evangelho em que Jesus nos pede para cumprirmos os nossos deveres para com o Estado e para cumprirmos os nossos deveres para com Deus.