Falando às multidões por meio de parábolas, fazia-o Jesus para pôr as Suas palavras ao alcance das mentalidades rudes dos que O escutavam, para melhor lhes fazer compreender o sentido das Suas pregações.
No Evangelho do presente Domingo jesus compara o Reio de Deus a um homem que lança à terra a semente do trigo: ela germina, cresce ante os seus olhos sem ele saber como, até um dia a seara aparece, rica e madura, pronta para a ceifa.
E ainda: o grão de mostarda, semente mais pequena que existe, lançada à terra cresce extraordinariamente, tornando-se na maior planta da horta, tão grande que até serve de abrigo às aves!
Estes dois pequenos exemplos são um tema propício para uma meditação proveitosa.
Eles fazem um apelo à nossa confiança no Senhor nosso Deus, à nossa esperança de cristãos.
Não se trata de fecharmos os olhos, de cruzarmos comodamente os braços à espera que tudo nos caia do céu, como o «maná» caía no deserto para sustento do povo hebreu.
O Senhor quer, o Senhor precisa da nossa colaboração, da nossa boa vontade.
«Lancemos a semente à terra», isto é, procuremos fazer o nosso trabalho, dia a dia, conscienciosamente, no lugar que o Senhor nos destinou.
Sejamos responsáveis no cumprimento das nossas tarefas, por humildes que nos pareçam, e o Senhor abençoará o nosso esforço, a nossa boa vontade, para frutificar a mais pequena semente por nós lançada à terra.
Por vezes tudo parece complicar-se, tudo se nos afigura perdido!
À nossa volta surgem os «falsos profetas» com as suas doutrinas subversivas, promessas aliciantes e atraentes programas para um novo «paraíso terrestre».
Das novas doutrinações espalhadas surgem os temores, a inquietação e a insegurança; uns por ingenuidade, outros por ambição ou inveja, muitos se deixam seduzir e deslumbrar, esquecidos de que são seguidores de Cristo, que só Ele tem palavras de salvação!
Só com o apoio, a presença de Jesus ao nosso lado a todo o momento, podemos conseguir a coragem, a firmeza para manter viva a nossa fé e continuar o nosso trabalho, cada um na sua dimensão. Na antiguidade, o Senhor enviava os Seus profetas para ensinar o povo, reavivar a sua fé esmorecida.
Nós, temos muito melhor: a Igreja de Jesus, os sacramentos, para nos apararem e manterem a nossa fé, firme sem desfalecimentos. Nós somos o Seu Povo. Ele abençoará os nossos esforços, as pequenas sementes lançadas à nossa volta, e elas darão frutos, não pelos nossos merecimentos, mas pela graça infinita e atuante do Senhor de quem somos filhos e herdeiros do Seu Reino.
O Reino de Deus, começou humildemente em Belém. A história do Povo de Deus, começa também modestamente: uma criança, um batizado; mas essa criança será um dia um homem, um cristão. Fará parte do Povo de Deus.
O Povo de Deus é constituído por todos aqueles que acreditam em Jesus Ressuscitado, Filho de Deus, Salvador dos homens, que espera por nós, para nos acolher no Seu Reino, como filhos prediletos e herdeiros da Sua glória.