Vivei alegres!
Na segunda leitura deste domingo, Paulo dá alguns conselhos práticos aos cristãos sobre a forma de esperar a vinda do Senhor. O primeiro destes conselhos é a alegria. A vida dos cristãos deve ser marcada pela alegria. O próprio apóstolo Paulo, alguns anos mais tarde, na epístola aos filipenses recomendará: “Alegrai-vos sempre no Senhor! O Senhor está perto”. A alegria dos cristãos nasce da certeza que o Senhor está perto de todos nós. O Deus cristão não é o Deus longínquo do homem. O Deus cristão é aquele que está próximo, que faz-se próximo do homem para o salvar e libertar.
Além da alegria, o apóstolo Paulo também exorta os cristãos a uma vida de oração, em especial, a uma oração de acção de graças. Os cristãos devem ser pessoas agradecidas. Devem agradecer a Deus todos os bens que Ele nos concede. Para terminar, o apóstolo também recomenda que os cristãos abram os seus corações ao Espírito Santo e não desprezem os seus dons. Depois desta exortação, Paulo pede que Deus santifique a totalidade da pessoa (espírito, alma e corpo) de cada cristão para que assim se conservem irrepreensíveis para a vinda do Senhor.
Da alegria também nos fala a primeira leitura deste domingo, do profeta Isaías: “Exulto de alegria no Senhor”. Estamos na época do pós-exílio. São tempos complicados para a fé do povo de Deus. Na verdade, os exilados são recebidos em Jerusalém, por aqueles que tinham permanecido na cidade, com frieza e os inimigos continuam à espreita. Tudo isto abala a esperança do Povo e, neste contexto, aparece o profeta com a promessa de um futuro de vida e de salvação, com a promessa que Deus voltará a Jerusalém e que não só Jerusalém será reconstruída mas também os pobres serão libertados. Diante deste anúncio da salvação, o povo manifesta a sua alegria e o seu júbilo em Deus que vem salvar-nos.
“Aquele que veio para dar testemunho da luz”
O texto evangélico deste domingo apresenta-nos a imagem de João Baptista como o apresentador oficial de Jesus de Nazaré. Na verdade, o texto de hoje apresenta-nos o primeiro testemunho que João dá sobre Jesus ante os enviados das autoridades judaicas.
Diante de um povo que vive na expectativa da vinda do Messias, a figura e o testemunho de João eram inquietantes e faziam surgir a dúvida: será ele o Messias? Neste contexto, as autoridades judaicas enviam a João uma delegação para lhe perguntar se ele era o messias. No entanto, João afirma-lhes que não é nem o Messias, nem Elias (aquele que seria enviado por Deus para construir um mundo novo), nem nenhum dos profetas.
João não é o centro ou o protagonista. Ele é simplesmente a testemunha da luz, é a voz que clama no deserto pedindo que endireitem o caminho do Senhor. João não busca a sua glória ou a sua auto-afirmação. Ao definir-se como a voz, João diz que não é à voz mas à mensagem que ela anuncia que os homens devem prestar atenção. Mesmo ao ser interrogado sobre o seu baptismo, ele desvaloriza o seu baptismo e aponta para o Messias: “no meio de vós está alguém que não conheceis”.
A missão de João é dar testemunho da Luz, testemunho de Jesus. João é a voz que clama: “endireitai o caminho do Senhor”. João é aquele que testemunha o Messias e que nos pede que preparemos o caminho do Senhor. É aquele que pede que nos purifiquemos e mudemos de vida para acolhermos o Senhor que vem. Na verdade, o baptismo de João tinha esta marca de mudança de vida e de purificação.
Com João, todos nós temos de aprender a dar testemunho de Cristo. O cristão é chamado a ser mártir, testemunha, de Jesus neste mundo. Em todas as situações da nossa vida, com as palavras e obras, devemos dar testemunho de Cristo. É Ele a Luz e a salvação do mundo.