O Senhor ressuscitou verdadeiramente. Aleluia.
Hoje, em toda a terra, ecoa este alegre anuncio: a vida triunfou a morte. Jesus, que venceu as sombras da morte, vive glorioso, abrindo para toda a humanidade as portas da eternidade.
Nesta eucaristia, somos convidados a exultar de alegria porque Aquele que contemplamos suspenso na cruz, que morreu e foi colocado no sepulcro, não foi vencido, foi vencedor. Ele ressuscitou. Vive para sempre connosco.
As relações humanas são marcadas por momentos de encontro e desencontro. Assim também sucede com a fé cristã e exemplo disso é a morte de Jesus na cruz. Perante uma morte horrenda, injusta e cruel, “tudo está consumado”. É o fim. Os discípulos de Jesus “encontram-se desencontrados”. A morte deste homem é o fim das suas esperanças. Tudo o que viveram tornara-se numa ilusão e num total fracasso. Vivem uma catástrofe. Cheios de medo, pavor, dúvidas e incredulidade, refugiam-se.
E agora?
Viu e acreditou
Agora, correm para o túmulo.
Maria Madalena é a primeira que vai logo “de manhãzinha, ainda escuro” ao sepulcro. Caminha com passo apressado, mas com um coração pesaroso, cheio de desânimo e de desencanto, porque pensava que a morte do seu Senhor seria o ponto final d’Aquele que “passou fazendo o bem”. Vai até junto do túmulo e vê a grande pedra retirada e o sepulcro vazio. Corre novamente com passo apressado, mas com um coração cheio de esperança e de espectativa e dá a conhecer a Simão Pedro e ao discípulo amado. Todos correm, todos vêem e todos acreditam que o Senhor Jesus não está ali. Ressuscitou.
Os discípulos vêem e acreditam que o Senhor ressuscitou. O corpo de Jesus não estava ali, pois só encontraram as ligaduras e o sudário. O Filho de Deus não ficou no sepulcro, porque não podia continuar prisioneiro da morte. O túmulo não poderia encerrar Aquele que é a fonte da vida. Acreditar que Jesus ressuscitou é reconhecer que o mal e a morte, o ódio e o pecado, a desgraça e a vingança, não têm a última palavra, pois o amor de Deus é mais forte que a morte. O Pai mostra que uma vida como a de Jesus não se pode perder, nem a dele nem a nossa. Resta-nos viver nesta espectativa: o amor de Deus é mais forte que a nossa fragilidade e Cristo é a nossa vida e nos convida a viver na Sua graça.
Anunciar o túmulo vazio
É no túmulo que Maria Madalena, os discípulos (Pedro e o discípulo amado) e tantas outras pessoas (nós incluídos) encontrarão respostas. O túmulo deixará de ser sinal e sinónimo de sofrimento, de luto e de dor. É um novo espaço. É o espaço para a gestação da nova vida, dos novos discípulos de Jesus. O desafio torna-se claro: é preciso anunciar o túmulo vazio, anunciar a vitória da vida sobre a morte. O túmulo vazio é oportunidade para anunciar que após o inverno das nossas vidas virá sempre a primavera. A ressurreição de Jesus produz sempre rebentos de esperança por toda a parte e, ainda que os cortem, eles voltam a despontar, porque a ressurreição contém uma força de vida, uma força sem igual, que penetra este mundo e o outro.
Anunciar o túmulo vazio é a missão da Igreja, de cada discípulo missionário. Este anúncio diz respeito a todos e toca a cada um. Quem acredita deve correr, como Maria Madalena e os discípulos, a anunciar com grande alegria que Cristo vive para sempre.
Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e anunciemos com alegria!