17 de abril de 2016 – 4º Domingo da Páscoa -Domingo do Bom Pastor

A liturgia deste Domingo apresenta-nos Jesus Cristo como o Bom Pastor, que dá a vida eterna às suas ovelhas. Nós somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho! Escutemos a sua voz que nos enche de uma alegre confiança. Também hoje é o dia mundial de oração pelas vocações. Precisamos de pastores segundo o Coração de Jesus, que nos anunciem a Palavra de Deus.

Jesus Cristo, o Bom Pastor

O quarto Domingo da Páscoa é consagrado ao Bom Pastor. As leituras manifestam o amor universal de Jesus Cristo por todos os homens. Paulo e Barnabé anunciam a Boa nova da salvação aos gentios: «assim nos mandou o Senhor: fiz de ti a luz das nações para levares a salvação até aos confins da terra!» Acabámos de ouvir proclamar nesta página bíblica dos Actos dos Apóstolos. Mas no Apocalipse, a universalidade deste amor ainda nos aparece com mais nitidez: «Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, vinda de todos os povos línguas e nações!» (Apoc 7, 9). Quem poderá ficar indiferente? Na verdade, sentimos grande alegria, pois podemos afirmar: «nós somos o povo de Deus, Ele nos fez, a Ele pertencemos, somos as ovelhas do seu rebanho», diz-nos o salmo noventa e nove. Que confiança desperta em nós o seu infinito Amor! Ele nos guarda e defende, Ele é para nós fonte de vida e salvação eterna! Faz-nos bem ouvir a sua voz, que atravessa os séculos e nos diz claramente: «Eu dou-lhes a vida eterna! Jamais hão-de perecer! Ninguém as arrebatará das minhas mãos!» (Jo 10, 28). Que nos pede o Bom Pastor para merecermos tão elevado e sublime privilégio? Apenas duas condições: Escutar a sua voz e segui-Lo: «as minhas ovelhas escutam a minha voz e seguem-me» (Jo 10, 27).

Escutar a voz de Jesus e Segui-Lo

«As minhas ovelhas escutam a minha voz!» Escutar é uma das atitudes essenciais para um bom relacionamento entre pessoas de uma mesma comunidade. Saber escutar é um sinal de amor autêntico. Quantas vezes temos dificuldade em escutar as pessoas, na família, no trabalho, nas reuniões… Os profetas ao longo da história da Salvação, continuamente convidam o povo bíblico, pedindo: «escuta, Israel!» Lembro apenas algumas passagens: «Escuta, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor!» (Deut 6, 4) «Ouvi esta palavra que o Senhor fala contra vós, ó filhos de Israel» (Amos 3, 1); «Escutai a palavra do Senhor, habitantes de Judá!» (Jerem 7, 2). Escutar é o princípio da caminhada na fé. S. Paulo, na sua carta aos Romanos, diz que a fé nasce da pregação, ou seja através da Palavra divina que entra em nós através do ouvido (Rom 10, 17). S. João, no prólogo do seu Evangelho, apresenta Jesus como o Verbo eterno, a Palavra do Pai. Recordemos também o segundo Domingo da Quaresma deste ano, quando S. Lucas, no Evangelho da Transfiguração, escreveu: «Da nuvem luminosa ouviu-se a voz do Pai: Este é o meu Filho, o meu Eleito, ESCUTAI-O!» (Luc 9, 35)

«As minhas ovelhas seguem-me!» Nada de passividade. Seguir Jesus implica acção, uma decisão livre! Seguir alguém implica conhecer, amar, aderir. Jesus pedia aos seus discípulos para o seguirem. Lembro alguns casos: «Se alguém quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me» (Luc 9, 23). Pedro pergunta a Jesus o que acontecerá ao Apóstolo S. João. Jesus respondeu: «Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa? Tu segue-Me!» (Jo 21, 22) Bem sabemos como os Apóstolos deixaram tudo e seguiram Jesus (Luc 5, 11). Jesus conhece as suas ovelhas, ama-as, por isso elas seguem-no. Tomemos a decisão de seguir Jesus! Peçamos ao Pai, para que o Espírito Santo abra os corações de muitos crentes à voz do Bom Pastor, para que O conheçam, O amem, e O sigam através de uma vida consagrada ao Rebanho do Bom Pastor, que «nos há-de conduzir às fontes da água viva», de tal modo que «nunca mais teremos fome, nem sede! Deus enxugará as lágrimas dos nossos olhos!» (Apoc 7, 17), isto é, seremos felizes para sempre!

  1. «As minhas ovelhas conhecem-Me» (Jo 10, 27)

O 4.º Domingo da Páscoa é considerado o «Domingo do Bom Pastor», pois todos os anos a liturgia propõe, neste Domingo, um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, no qual Jesus é apresentado como «Bom Pastor».

O Evangelho apresenta Cristo como «o Pastor modelo», que ama de forma gratuita e desinteressada as suas ovelhas, até ser capaz de dar a vida por elas. As ovelhas sabem que podem confiar nele de forma incondicional, pois ele não busca o próprio bem, mas o bem do seu rebanho. É como se dissesse: «Eu conheço-te; eu cuido de ti; eu não te deixarei passar mal»

Quem pode resistir a tanto amor?

  1. «Pedi ao Senhor que mande operários para a Sua messe» (Lc 10, 2)

Jesus vela de facto por nós, protege-nos. E porque veio para ser o «Bom Pastor» dos homens de todos os tempos, Ele quis que o Seu ministério pastoral fosse prolongado no tempo e no espaço e, por isso, escolheu os Apóstolos e confiou-lhes o encargo de velar pelas Suas ovelhas.

Hoje, talvez mais do que nunca, o mundo precisa de pastores. Há falta de ministros de Deus que possam cuidar com a devida atenção o Povo de Deus.

Urge, neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, pôr em prática o pedido de Jesus: «A messe é grande mas os operários são poucos, pedi ao Senhor que mande operários para a Sua messe»

Assim faremos, para que tenhamos sempre entre nós os circuitos que dão vida à caridade, os serviços necessários para um óptimo desempenho de todos os membros deste corpo que é a Igreja e toda a família humana.

Assim faremos, também, para não esquecermos que em cada um de nós há um pedacinho de Deus que deve ser acolhido e deixado crescer até à eternidade.

Mas rezar pelas vocações implica também fazer propostas concretas. Quais?

Comecemos pela família que, como diz o Papa, é o viveiro natural das vocações. É na família que nascem as vocações. Os casais devem, por isso, tomar consciência, desta responsabilidade. A paternidade responsável também passa por aqui: os esposos, ao decidir sobre o número de filhos, hão-de ter em conta, além do mais, o bem da Igreja.

Ora, a Igreja precisa de vocações consagradas. Por isso, é preciso criar nas famílias o ambiente vocacional no sentido de que o jovem venha a descobrir o melhor caminho e seja capaz de seguir e de optar por um estilo de vida que está fora do comum, mas que nem por isso será menos feliz.

Quanta honra não seria para a Igreja e, sobretudo, para Deus que na nossa paróquia surgissem vocações sacerdotais, religiosas ou missionárias, houvesse corações disponíveis e generosos, prontos a dedicar toda a sua vida ao serviço de Deus e do próximo.

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