Portugal sempre teve uma ligação especial a Nossa Senhora. Ela esteve presente em momentos importantíssimos da nossa história: na batalha de Aljubarrota, travada em 14 de agosto de 1385, D. João I invoca o auxílio da Virgem Maria. Em sua honra e em agradecimento pela vitória, ergueu o belíssimo mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
Pouco depois da restauração da independência, em 1646 D. João IV coroa Nossa Senhora, Rainha de Portugal e consagra-lhe a nação.
Mais tarde em 1917, numa época conturbada em que Portugal atravessa uma grave crise, com grande agitação interna e o envolvimento na 1ª grande guerra, a Virgem Maria aparece na Cova da Iria, trazendo um apelo à conversão e uma mensagem de esperança. E desde então é ver a multidão sempre crescente de peregrinos que se dirigem ao Santuário de Fátima, agradecendo a proteção da Senhora, ou pedindo uma respos para os seus problemas e angústias.
Será que conseguimos obtê-la? Com certeza que sim, se lhe tivermos uma verdadeira devoção. Porque ser devoto da nossa Mãe do Céu, não é só rezar-lhe e pedir-lhe auxílio nas aflições, mas procurar conhecê-la melhor, para seguir o seu exemplo e o caminho que ela nos indica.
E esse caminho passa por uma inteira submissão à vontade de Deus e uma perfeita fidelidade à missão para que o Senhor a escolheu.
Ao longo do Evangelho encontramos sempre a sua presença silenciosa e discreta. Ela nunca procura evidenciar-se ou ocupar o primeiro lugar. Mas assume corajosamente o
seu compromisso.
Vêmo-la diante do enviado do Senhor, pronunciado o seu “Sim” que muda a história da humanidade, dando-nos o exemplo da plena confiança em Deus e da corajosa adesão à Sua vontade.
Encontramo-la mais tarde nas bodas de Caná, preocupada com os pequenos problemas das pessoas e mostrando-nos que a solução está na escuta do Senhor e na adesão aos Seus planos: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.
E nas horas dolorosas da Paixão ela participa do sofrimento do seu Filho, ensinando-nos que também nós se quisermos salvar-nos, a nós e ao mundo, devemos participar nessa Paixão.
É por isso que o texto conciliar sobre o apostolado dos leigos nos ensina: “O modelo perfeito da vida espiritual e apostólica é a bem-aventurada Virgem Maria, rainha dos Apóstolos: levando na terra uma vida semelhante à do comum dos homens, cheia de cuidados domésticos e de trabalhos, a todo o momento se mantinha unida a seu Filho e de modo singular cooperou na obra do Salvador”.
No evangelho de hoje Ela aparece-nos atenta às necessidades dos outros e correndo a ajudar sua prima Santa Isabel, com tudo quanto isso comporta de desinstalação, de cansaço ou sofrimento.
Mas dá-nos também um exemplo de alegria nesse belíssimo cântico que é o Magnificat, em que ela agradece as maravilhas do Senhor.
Também nós devemos irradiar essa alegria de sermos filhos de um Deus justo e misericordioso que também em nós faz maravilhas: Chamando-nos na hora do nosso baptismo, transmitindo-nos constantemente a Sua palavra e convidando-nos para um lugar a Seu lado na felicidade eterna.