12 de julho de 2020 -15º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Neste domingo vamos refletir sobre a Palavra de Deus e o nosso acolhimento a este dom da Palavra. Deus fala-nos de diversas maneiras: pela Sagrada Escritura e Tradição, nos ensinamentos da Igreja e também através do mundo criado, dos pequenos e grandes acontecimentos da nossa vida, pela voz da nossa consciência.

A ideia mestra deste Evangelho assenta na Palavra de Deus, que deve ser para nós, tal como a Eucaristia, verdadeiro alimento. Afirmam os teólogos que assim «como seria terrível sacrilégio profanar a Eucaristia, seria também sacrilégio atentar contra a integridade e a pureza da Palavra de Deus». A Bíblia é pois, considerada sagrada e a ela não se pode «tirar nem acrescentar nada». É transmitida fielmente através dos tempos e a Igreja baseia o seu ensino à luz da sua inspiração.

Todas as verdades dogmáticas e todas as grandes medidas disciplinares são afirmadas e divulgadas só depois de apreciadas e iluminadas pelos esplendores divinos da Palavra de Deus, Imutável, sempre viva e atual. Mais ainda: a Palavra de Deus, além de alimentar e iluminar, é dinâmica, porque realiza o que proclama, é criadora e eficaz porque dá a vida e estimula o aperfeiçoamento de cada um de nós.

Ouvir, meditar, refletir sobre os ensinamentos de Deus, transmiti-los, direta e indiretamente, através da Sagrada Escritura é prática indispensável ao cristão que queira ser fiel ao seu batismo e aproximar-se da Eucaristia e dos outros sacramentos. O esforço no sentido do conhecimento da Palavra (oi o Verbo divino) é condição básica para quem queira ser cristão convicto que deseje aumentar a sua fé e a ponha em prática na sua vida. «A fé sem obras é morta» «. Sabemo-lo bem.

O trecho de hoje, sobre a parábola do semeador é dos que melhor se prestam para uma meditação pessoal, pois nos leva a refletir se somos ou não campo aberto e profundo à Palavra de Deus. O desejo de justiça, de paz e de amor fraterno são os frutos da Palavra que, semeada, faz desabrochar e faz nascer uma humanidade nova em cada pessoa.

Reparemos na maravilhosa beleza do salmo responsorial desta celebração (Salmo 64 (65) Refrão: A semente caiu em boa terra e deu muito fruto.) em que é cantada alegria e a bênção de toda a Criação sempre que acolhe a visita do Senhor, pois os Seus «caminhos ressumam abundância». Concretamente nós, cada um de nós, deve cuidar e cultivar o seu coração, para que, preparado como boa terra, possa receber a mensagem de Deus, através do Seu Filho, o Verbo Divino feito Homem.

Sejamos, pois, sinceros para connosco mesmo no exame de consciência que fizermos…

Numa simbologia que posteriormente explica com clareza aos ouvintes que O interpelam porque querem entender, Jesus utiliza a linguagem figurada das parábolas, usando o costume muito antigo de narrar histórias que contenham veladamente realidades e princípios gerais.

Usando este método, a Verdade só é revelada àqueles que A procuram. É respeitada, assim, a liberdade que dignifica o homem ao dar-lhe a possibilidade de escolher o seu destino: de querer, ou não querer, aceitar a mensagem da Palavra.

 

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