A Ressurreição de Jesus é o acontecimento mais solene, o ponto culminante de toda a liturgia católica.
Acontecimento histórico de projeção universal, foi comprovado por documentos e testemunhos contemporâneos, estudos prolongados e minuciosos.
Se pensarmos bem, não há linguagem humana à altura de descrever ou comentar este momento extraordinário que tem sido tema de infindáveis controvérsias pelos séculos fora.
Com muita simplicidade e humildade, procuremos meditá-lo um pouco:
Findo o doloroso drama do Calvário os discípulos, com os corações destroçados pela dor e pela decepção, reuniram-se, às ocultas, para entre si cometerem e lamentarem o sucedido. Eles não podiam compreender que o Mestre, em quem punham toda a sua fé e esperança, pudesse assim morrer como um criminoso, na cruz! Simplesmente, não aceitavam!
Depois da morte de Jesus, ao amanhecer do terceiro dia, Maria Madalena e as outras santas mulheres dirigiram-se ao túmulo aonde Ele tinha sido deposto, levando perfumes e bálsamos para derramarem sobre o corpo, segundo os usos judaicos.
Seguiam preocupadas ao pensar na grande e pesada pedra que fechava o túmulo e nos soldados romanos que o guardavam.
Como poderiam afastá-los e tirar a pedra?!
Chegadas ao local, os guardas tinham desaparecido, a pedra estava afastada e o túmulo vazio. Aflita, Madalena voltou atrás a chamar os apóstolos Pedro e João que acorreram alarmados, verificando que Madalena falara verdade: o corpo de Jesus desaparecera, as ligaduras que o envolviam estavam espalhadas por terra, o lençol estava dobrado ao lado!
Aquela pesada pedra tumular fora o primeiro testemunho da morte de Jesus. Agora afastada, deixando aberta a entrada do sepulcro, era a primeira testemunha da Sua Ressurreição!
Pedro e as santas mulheres, estavam convencidas de que o corpo do Senhor fora roubado, mas João iluminado por uma grande fé, acreditou, imediatamente, que Jesus ressuscitara!
Apesar de todo o tempo passado na companhia de Jesus, escutando os Seus ensinamentos e presenciando os Seus milagres, os discípulos não estavam suficientemente preparados para aceitar a Ressurreição!
João, porém, o discípulo mais amado, talvez por ser o que mais amava, acreditou que o seu Senhor saíra do túmulo e voltara à vida, conforme prometera e previam as Escrituras.
Talvez que João, o apóstolo do amor, tenha sido o primeiro a ser tocado pelo Espírito Santo que o iluminou e lhe fez acreditar no inacreditável! Jesus ressuscitou! Jesus venceu a morte na hora prevista, no local determinado, acontecimento que encheu de assombro os que acreditavam n’Ele e de despeito os que negavam ser Ele o Filho de Deus.
Nós que temos a felicidade de sermos cristãos, acreditamos que Jesus, pelos merecimentos infinitos da Sua dolorosa Paixão e Morte e pela Sua gloriosa Ressurreição, resgatou a humanidade perdida pelo pecado, tornando dignos da salvação todos aqueles que acreditam no Senhor Ressuscitado e seguem os Seus ensinamentos. E não só estes, pois esta graça imensa é extensiva a toda a humanidade, sem distinção de raças nem credos.
Ao celebrarmos esta Páscoa da Ressurreição como vamos nós corresponder ao Senhor, a tanto amor, tanta misericórdia?
Procuremos também ressuscitar com Cristo, procuremos viver uma vida nova abrindo o coração ao Senhor e aos nossos irmãos. Se nós, cristãos, fossemos mais unidos, se não nos deixássemos dominar pelas paixões humanas, as mesquinhas questões materiais, as ideologias político-social, a vida não seria outra?
Em vez de contribuirmos com a nossa intolerância para a desagregação da sociedade no mundo em que vivemos, se tentássemos irradiar, à nossa volta, o amor, a alegria, a compreensão?
Celebremos com jubilo a Páscoa do Senhor, celebremos também a nossa Páscoa com alegria no coração.