«A nossa celebração eucarística inaugurou-se hoje com a exortação “Alegremo-nos todos no Senhor”. A liturgia convida-nos a compartilhar o júbilo celeste dos santos, a saborear a sua alegria. Os santos não são uma exígua casta de eleitos, mas uma multidão inumerável, para a qual a liturgia de hoje nos exorta a levantar o olhar. Em tal multidão não estão somente os santos oficialmente reconhecidos, mas os baptizados de todas as épocas e nações, que procuraram cumprir com amor e fidelidade a vontade divina. De uma grande parte deles não conhecemos os rostos e nem sequer os nomes, mas com os olhos da fé vemo-los resplandecer, como astros repletos de glória, no firmamento de Deus.» (Bento XVI, 1 de Nov. de 2006).
Hoje, a fé dá-nos uma resposta à pergunta que tantas vezes fazemos: o que há depois desta vida?
1. Um vislumbre do Paraíso
O texto do Apocalipse é como o correr de um véu, permitindo-nos contemplar, por momentos a alegria e o esplendor do Céu, com a multidão imensa dos bem-aventurados.
Uma multidão incontável. «Depois disto, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas.»
O número que o Apocalipse nos refere — 144.000 eleitos — é simbólico. Foi obtido multiplicando o número das 12 tribos de Israel por 12 — outro número simbólico da Bíblia a significar plenitude.
São imensamente mais as pessoas do Céu e aumentam todos os dias, porque estão sempre a entrar para lá.
«Na primeira Leitura, o autor do livro do Apocalipse descreve-os como “uma multidão enorme, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7, 9). Este povo compreende os santos do Antigo Testamento, a partir do justo Abel e do fiel Patriarca Abraão, os do Novo Testamento, os numerosos mártires do início do cristianismo e também os beatos e os santos dos séculos seguintes, até às testemunhas de Cristo desta nossa época. Todos eles são irmanados pela vontade de encarnar o Evangelho na sua existência, sob o impulso do eterno animador do Povo de Deus, que é o Espírito Santo.» (Bento XVI, 1 de Nov. de 2006).
Ali estão pessoas da nossa família e outras amigas e conhecidas que frequentaram os actos de culto desta igreja e aqui rezaram muitas vezes: que trabalharam ao nosso lado e muitas vezes se encontraram connosco.
Se lhes perguntarmos o que nos gostariam de comunicar, dir-nos-ão que vale a pena amar a Deus nesta vida, fazer a Sua vontade, e não nos descuidarmos de rezar, de frequentar os sacramentos e praticar boas obras; que deixemos tantas bagatelas que não prestam para nada e sós distraem do principal e nos fazem perder tempo.
Ficamos tristes quando chegamos à paragem de um transporte com atraso e o perdemos, porque isso altera mais ou menos os nossos planos.
Imensamente mais triste é perdermos o caminho para a eternidade, enganando-nos no caminho, porque este engano não tem remédio.
Se queremos — e queremos! — fazer parte para sempre desta grande multidão de pessoas felizes, temos de procurar isto com a maior segurança possível.
2. O caminho para chegar ao Céu
Seguir os ensinamentos de Jesus. «Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos e Ele começou a ensiná-los, dizendo: […] »
Jesus Cristo, Redentor do mundo assumiu a nossa condição humana para nos reabrir as portas do Céu — fechadas pelo pecado dos nossos primeiros pais — e nos ensinar o caminho para lá chegar. Temos, pois, de atentar no Seu exemplo e seguir com docilidade os Seus ensinamentos.
Ele continua a ensinar-nos na Igreja, dotando o Santo Padre do carisma da infalibilidade, de tal modo que, me assunto de fé e moral, nunca se pode enganar, porque o Espírito Santo assiste-lhe com o carisma da infalibilidade.
No caminho de Damasco, quando ia em perseguição dos cristãos, para os meter no cárcere e obter a sua condenação à morte, foi derrubado por terra: «aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atónito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.» (Actos 9:3-6).
Também nós temos necessidade, muitas vezes, de perguntar isto mesmo ao Senhor: « que queres que eu faça?»
• Ouvir Jesus Cristo. Paulo ouviu com atenção o que Jesus lhe dizia. Se tivesse tapado os ouvidos para não ouvir, teria continuado sem orientação para a sua vida.
Precisamos de fazer esta pergunta muitas vezes na vida. Jesus Cristo continua a falar-nos na Igreja. Dotou o Santo Padre do carisma da infalibilidade, para que pudéssemos seguir os seus ensinamentos com toda a segurança.
O demónio tenta desorientar-nos com falsidades, porque não quer que cheguemos ao Céu. Estudemos a doutrina da Igreja, sem olhar aos falsos profetas.
• Fazer a Sua vontade. A doutrina de Jesus Cristo tem indicações práticas para a nossa vida. Ouvir e não fazer qualquer esforço para nos emendarmos, seguindo as indicações que o Senhor nos dá, de nada nos adiamos.
De vez em quando temos e pegar no mapa da vida para verificar se não nos temos enganado no caminho.