1 de maio de 2022 – 3º Domingo da Páscoa – Ano C

A Sabedoria infinita do nosso Deus planeou que a fé nas verdades eternas fosse transmitida por uma espécie de “contágio” espiritual que dá pelo nome de testemunho. Cada cristão recebe, com o Baptismo, a vocação de testemunha da Verdade e do Amor de Cristo Ressuscitado.

Neste 3.º Domingo da Páscoa, toda a Liturgia faz soar aos nossos ouvidos a promessa de Jesus: «Vós sereis minhas testemunhas até aos confins da terra.»

 

1. Testemunhas de Jesus Cristo

A oposição das pessoas à fé. «Naqueles dias, o sumo sacerdote falou aos Apóstolos, dizendo: “Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem”.»

Cheios de inveja pela popularidade dos apóstolos e pelo carinho e admiração que o povo lhes devotava, os chefes religiosos de Israel queriam proibir os Apóstolos de anunciarem a salvação em Jesus Cristo e, como eles não obedeceram a esta proibição, meteram-nos na cadeia do Templo de Jerusalém.

Mas o Anjo do Senhor veio de noite abrir-lhes as portas da prisão e mandou-os pregar novamente, anunciando a salvação em Jesus Cristo.

Quando, de manhã, chegaram os guardas para os levarem, a fim de serem julgados e condenados, encontraram a cadeia vazia. Entretanto, alguém veio informá-los de que os Apóstolos estavam, de novo a pregar no Templo.

Trouxeram-nos pacificamente, porque tinham medo que o povo se revoltasse contra eles e disseram-lhes: «Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem.»

Hoje, como naquele tempo, encontramos também oposição a que Jesus Cristo seja anunciado com a Sua doutrina e exigências na vida, na terra em que vivemos. Esta oposição manifesta-se de muitos modos.

 

• Oposição pelas leis. As boas notícias da Igreja são, na maior parte, omitidas ou deformadas nos MMCCSS.

 

• Leis contra a Lei de Deus. Promulgam-se leis civis propositadamente opostas à lei de Deus: a união de pessoas do mesmo sexo; o divórcio; o aborto… Querem agora promulgar uma lei — a Eutanásia — que permite matar as pessoas doentes ou idosas. São os mesmos que gritam hipocritamente contra a pena de morte, mas, ao mesmo tempo, programam a morte dos que não sabem ou não se podem defender.

 

• Ocultam-se os sinais sagrados. Retiram-se os sinais sagrados da vida pública. As igrejas ficam encobertas no meio de grandes edifícios; os crucifixos são retirados dos edifícios públicos, que são de todos nós.

 

A pretexto da liberdade religiosa, proíbe-se falar de Deus aos doentes e às crianças, a não ser que o próprio o peça. Atenção aos hospitais: se não pedirem a presença do capelão, ele não irá visitar os doentes.

Quase nos gritam: é proibido viver como cristãos. E isto não acontece apenas em alguns países, mas também naqueles de longa tradição cristã. Há “leis fracturantes” e agressões à moral.

Porquê? Quem vive a sério as exigências da fé incomoda, porque, mesmo em silêncio, lança um desafio constante aos que vivem afastados de Deus.

 

2. A renovação do mundo

Estamos hoje perante uma descristianização dos meios tradicionalmente cristãos. A pesca miraculosa operada na Mar da Galileia é uma figura e promessa das muitas conversões a Jesus Cristo.

Razões para a descristianização. «Disse-lhes Simão Pedro: “Vou pescar”. Eles responderam-lhe: “Nós vamos contigo”. Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.»

Simão Pedro lamenta-se junto de Jesus de que tinha andado toda a noite na faina da pesca e de que tinha regressado do mar com o barco vazio. Era homem do mar, conhecia bem as técnicas da pesca e foi na hora própria. A pesar disso, tinha fracassado.

Esta história repete-se com os apóstolos de hoje com os pais e outros educadores: a pesar do emprego das melhores técnicas, a sua missão, pelo menos aparentemente, é um fracasso.

Os pastores de almas, os educadores e os pais, perguntam-se com uma certa angústia, ao constatarem que tudo falhou, humanamente falando: “Em que terei falhado?”

 

• Em nome do Senhor. E preciso termos intenção recta quando nos entregamos à missão de formar as pessoas, não procurando a glória pessoal, mas a de Deus.

 

Ela manifesta-se quando estamos à espera de que nos ouvem, quando ficamos tristes porque as coisas correram menos bem… e a nossa tristeza tem como causa, não a glória de Deus, mas o triunfo pessoal.

Se desejássemos apenas a própria glória naquilo que fazemos, como poderia o Senhor tornar eficaz a nossa rede de pescadores?

 

• Usar os meios. O rezar e pedir que rezem não nos dispensa de utilizar os meios aptos.

 

É preciso estudar bem o que se pretende, pedir conselho e pensar maduramente sobre o modo de fazer as coisas com eficácia.

Quando Jesus diz aos Onze para que voltem ao mar eles levam consigo as redes como das vezes anteriores. Mas agora vão para fazer a vontade de Jesus.

 

• Oração. «Disse-lhes Jesus: “Rapazes, tendes alguma coisa de comer?” Eles responderam: “Não.”» Os Apóstolos abriram-se com toda a confiança, contando a Jesus a sua desilusão

 

A primeira preocupação dos pais, e educadores há-de ser a obediência à vontade de Deus. Esta concretiza-se em formá-los humana e doutrinalmente. O coração dos filhos é campo de sementeira que poderá dar colheita generosa na vida deles, se não deixarmos passar o tempo útil da sementeira.

Mas esta tem de ser precedida e acompanhada de oração, para que o Senhor faça prosperar o trabalho dos pais e educadores.

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