Vaticano: Congresso debate destino de igrejas que deixam de ter culto

Experiência portuguesa vai ser apresentada a especialistas internacionais, em novembro

Antiga Igreja de São Julião, hoje Museu do Dinheiro, em Lisboa. Foi adquirida pelo Banco de Portugal à Arquiconfraria de São Julião, em 1933

Cidade do Vaticano, 10 jul 2018 (Ecclesia) – O Vaticano apresentou hoje um congresso internacional que vai debater, entre 29 e 30 de novembro, o destino a dar a igrejas que deixam de estar afetas ao culto das comunidades católicas.

“Dispensa de lugares de culto e gestão integrada de bens eclesiásticos culturais” é o mote da iniciativa, promovida em conjunto com a Conferência Episcopal Italiana e a Universidade Pontifícia Gregoriana.

O programa inclui uma intervenção da diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, Sandra Costa Saldanha, sobre a experiência portuguesa na “formação de pessoal e compromisso com a comunidade”.

Falando aos jornalistas, o presidente do Conselho Pontifício da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi disse que os critérios para as novas utilizações de antigas igrejas devem permitir que “no templo permaneça sempre algum valor de símbolo espiritual, cultural, social, no seio da comunidade”.

Outra preocupação passa por tutelar o património e transferi-lo, por exemplo, para os museus diocesanos.

Os promotores do congresso internacional destacam que a diminuição das comunidades cristãs, o abandono da prática religiosa e a escassez do clero têm levado ao encerramento e mesmo abandono de igrejas e outros locais de culto, um fenômeno que não é apenas uma questão dos últimos anos.

O tema volta a estar em cima da mesa por ocasião do Ano Europeu do Património Cultural, com a presença de delegados de Conferências Episcopais da Europa, América do Norte e Oceânia.

Os responsáveis vão revê casos de venda de igrejas e subsequentes transformações em casas, lojas ou spas, especialmente na Bélgica e na Holanda.

Para alargar o debate, os organizadores lançaram um concurso fotográfico, nas redes sociais, com o marcador ‘#nolongerchurches’, que convida os participantes a documentar “mais do que os casos de abandono, os da reutilização virtuosa” de antigas igrejas.

Os trabalhos vão ser inaugurados pelo padre Nuno da Silva Gonçalves, jesuíta português, reitor da Universidade Pontifícia Gregoriana, e pelo cardeal Gianfranco Ravasi.

O programa prevê a discussão e aprovação de diretrizes para desafetação ao culto e reutilização de locais de culto.

O Código de Direito Canónico prevê que, quando uma igreja deixe de empregar-se para o culto divino, o Bispo diocesano possa “reduzi-la a usos profanos não sórdidos”.

OC

 

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