Dia Mundial das Comunicações Sociais

Assinala-se este domingo o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Trata-se de uma jornada que é proposta à Igreja Católica, aos comunicadores e a toda a sociedade há 53 anos! A ideia surgiu no Concílio Vaticano II e, desde então, há mensagens, desafios e projetos que se tornam particularmente presentes neste dia, celebrado sempre no Domingo da Ascensão, no VII domingo após a Páscoa.

O tema da comunicação granjeia todas as sentenças! Os media, os seus dirigentes e colaboradores são alvo de muitos juízos, veredictos sem retorno a respeito de programas, formatos, alinhamentos, estrelas do ecrã… Porque, mais do que recetores, todos somos produtores de conteúdos e acreditamos no direito que nos assiste de decidir sobre como deveria ser a primeira página de um jornal, a emissão de uma rádio ou televisão. E até se considera a possibilidade de participar no “negócio” das partilhas e gostos que invadem redes sociais, relevantes na opinião pública ao ponto de determinar mercados, leis, julgamentos, não só na barra dos tribunais, mas sobretudo os públicos.

E esta é a presença dos media no quotidiano: são o ambiente onde somos, vivemos, estamos. São uma cultura! Um excesso?

Seria oportuno retomar a perspetiva instrumental com que foram considerados os meios de comunicação social durante décadas. Depois, a tese de que o meio é mais relevante que a mensagem e a valorização da forma em relação ao conteúdo levou a catalogar o ambiente da comunicação digital em que vivemos como a cultura atual. Mesmo que o seja, ela resulta da utilização de ferramentas, dispositivos, instrumentos. E quando são tomados só por si, o descontrolo na comunicação é evidente, onde a possibilidade de manobrar a opinião pública é clara, a pretensão de tomar uma pequena parte que cada um constitui pelo todo do processo de comunicação um risco e os enganos em que nos envolvemos uma constatação de que nos apercebemos cada vez mais tardiamente.

No ambiente da comunicação da atualidade, torna-se urgente que cada pessoa retome o distanciamento em relação a qualquer mensagem, relativize o pouco que se diz acerca de um facto, que normalmente é um processo, um todo com princípio e fim raramente considerados e conhecidos.

Para os media, é vital a afirmação da indispensabilidade da mediação das empresas de comunicação, com especial incidência no exercício do jornalismo, no seu rigor deontológico e através de meios constituídos para tal.

Institucionalmente, a verdade e a transparência permanecem como princípios inegociáveis para toda a comunicação das organizações, impossíveis de substituir por qualquer estratégia, evento ou “negócio”.

E quando as pessoas, os meios ou as organizações estão na esfera do catolicismo, as regras terão de ser as mesmas, claro! E de que forma devem ser concretizadas? Há um documento que o diz: “Communio et Progressio”. Mudando o que tem de ser mudando, por causa da distância de 50 anos em que foi escrito, este documento é uma magna carta a seguir nos dias de hoje, ao pormenor! Porque afirma a prioridade da comunicação na Igreja Católica, diz que estruturas devem ser criadas e o seu enquadramento nos demais setores da instituição, os recursos humanos e técnicos a considerar, os meios a possuir e a organização a promover.

Trata-se de um documento que surgiu para operacionalizar a aposta da Igreja Católica nos media, definida no Concílio Vaticano II, onde a forma de assinalar do Dia Mundial das Comunicações Sociais é particularmente referida. Que se retome, pelo menos em cada Dia Mundial das Comunicações Sociais.

 

Fonte: Paulo Rocha, Agência ECCLESIA

Check Also

Nota Pastoral na comemoração dos cinquenta anos do “25 de Abril”

1. Na comemoração do cinquentenário da Revolução de 25 de Abril de 1974 cabe aos …

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.