A VINDA DO SENHOR

Recordemos a pregação de S. João Baptista quando anunciava a vinda de Jesus. Inspirado pelo Espírito Santo, S. João Baptista sente que a vinda do Messias, que o povo de Israel esperava durante tanto tempo, está eminente. E começa então a anunciar essa Boa Nova ao povo que habitava no deserto, junto ao Rio Jordão. Mas ao anunciar a vinda do Messias, S. João Baptista estava também consciente de que o Povo de Israel não estava preparado para receber o Senhor quando Ele chegasse.
Alguns, seduzidos pelas religiões pagãs dos povos vizinhos, tinham abandonado o verdadeiro Deus. Outros, como os fariseus, aparentemente cumpriam rigorosamente os preceitos da Lei de Moisés, mas no seu orgulho desprezavam os mais pobres ou gravemente doentes, a quem apontavam como pecadores, e considerando que se sofriam era por terem sido castigados por Deus, aumentando assim e ainda mais o seu sofrimento. Havia também quem fizesse do dinheiro o único objetivo das suas vidas. Abundavam os casos de corrupção e de exploração dos mais desfavorecidos.
São João Baptista compreende que tudo isto e muito mais eram obstáculos que se opunham à vinda do Senhor; e se as pessoas persistissem nos seus pecados e na sua dureza de coração não seriam capazes de O reconhecer quando Ele chegasse. E por isso diz, numa linguagem simbólica, que é preciso preparar os caminhos do Senhor, afastando todos os obstáculos, ou seja todas as formas de pecado grave que se pudessem opor à Sua vinda, mediante o arrependimento dos corações.
Estas palavras de S. João Baptista continuam a fazer-se ouvir através do Evangelho e são hoje dirigidas a cada um de nós e particularmente neste tempo do Advento. Também nós somos convidados a preparar os caminhos do Senhor, afastando tudo que O impeça de vir habitar no nosso coração. Mas estas palavras de S. João Baptista que a Igreja nos recorda a poucos dias do Natal devem levar-nos ainda mais longe. Há pessoas a sofrerem por causa da miséria, da doença, da solidão, e muitas vezes não tem quem se interesse por elas, e a proximidade do Natal torna ainda mais duro o seu sofrimento.
Todos conhecemos algumas situações destas ou semelhantes. Se neste Natal conseguirmos levar um bocadinho de felicidade a alguém, também isso será uma forma de preparar os caminhos do Senhor e, certamente, o nosso próprio Natal será mais feliz. Boas Festas!

Fonte:
Rosário de Maria
Ano 73| nº 775| dezembro de 2017
Adaptado por Frei José Carlos Vaz Lucas, op

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