6 de agosto de 2018 – Festa da Transfiguração do Senhor

1. O Filho do Homem.

Para falar de Si, Jesus prefere usar o nome de «Filho do Homem»: a prova está em que nos Evangelhos se encontra esta expressão oitenta e duas vezes e sempre dita por Ele, como autodesignação de Si mesmo, numa clara alusão ao personagem celeste da visão do profeta Daniel e que aparece sobre as nuvens do céu, como ouvimos na 1ª leitura da Missa de hoje.

«O Filho de Deus fez-se Filho do Homem, para que o homem, entrando em comunhão com Ele e recebendo a filiação divina, se tornasse filho de Deus» (S. Ireneu).

2. Humilhado e glorioso…

Denominando-se Filho do Homem, Jesus apresenta-se como Juiz e Salvador que há-de vir, no futuro, cheio de glória, mas que, agora, no presente, passará pela humilhação, perseguição e morte.

Para tirar do coração dos discípulos o escândalo da cruz e mostrar que devia realizar-se no corpo da Igreja o que de modo admirável resplandecia na sua Cabeça, Ele fez brilhar por breves momentos a luz da sua divindade na presença dos três discípulos predilectos que, no Horto da Oliveiras, seriam também testemunhas da sua humilhação.

Depois da morte e ressurreição de Cristo e com a vinda do Espírito Santo, os discípulos entenderam melhor e puderam constatar a verdade das suas palavras sobre a necessidade da cruz e do sofrimento, como caminho para a glória.

3. Pela cruz à glória…

Moisés e Elias aparecem e falam com Jesus da sua morte que ia consumar-se em Jerusalém. Eles tinham visto a glória de Deus sobre a montanha. A Lei – simbolizada em Moisés – e os Profetas – representados por Elias – tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A Paixão de Jesus é da vontade do Pai. O Filho age na qualidade de Servo de Deus. É necessário passar pela cruz para entrar na sua glória.

Também nós, seus discípulos, para podermos participar da sua ressurreição e entrar na sua glória, temos de escutar a sua voz que nos exorta a segui-Lo pelo caminho da Cruz. S. Pedro, que no princípio se escandalizou com os sofrimentos de Cristo e com a sua Paixão, a ponto de ser repreendido duramente pelo próprio Senhor, escreverá mais tarde estas palavras, exortando os cristãos de todas as épocas: «Alegrai-vos em ser participantes nos sofrimentos de Cristo, para que vos possais alegrar e exultar no dia em que se manifestar a sua glória» (1 Ped 4, 13).

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