31 de dezembro de 2017 – Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José

Depois das alegrias do Natal o evangelista São Lucas conta-nos a ida ao templo da Sagrada Família em cumprimento das prescrições da lei de Moisés.
Sendo Maria cheia de graça e imaculada desde a sua conceção, parece-nos que não precisava sujeitar-se à cerimónia da purificação, mas aqui nos dá a Virgem mais um exemplo de humildade e de obediência, sujeitando-se às leis que regulavam o povo de Israel. Jesus foi também apresentado no templo e consagrado ao Senhor, tendo os Seus pais pago o habitual tributo, como qualquer primogénito de Israel. Nesta ida ao templo se deu o encontro do Menino com o velho Semião e a profetiza Ana, ambos de avançada idade que acolheram a bendita criança com o coração inundado de alegria, pois o Espírito Santo lhes revelara que tinham na sua presença o prometido Messias, enviado à terra, para salvação do mundo.
Ambos louvaram o Senhor por lhes ter sido concedida a graça insigne de ter nos seus braços o Redentor da humanidade.
Cumpridos os preceitos da lei, regressou a Santa Família a Nazaré, mas eis que certa noite foi José avisado por um anjo que levasse Maria e o Menino, para o Egipto para fugir à perseguição do rei Herodes.
Uma tradição muito antiga, conta que ao chegar ao Egipto Jesus, o Senhor do Universo, os ídolos da cidade caíram dos seus pedestais. Este episódio, sem qualquer apoio histórico, mas fundado numa profecia de Isaías, tem um sabor de lenda; mas para nós não deixa de ter encanto!
Já morto o cruel Herodes, regressou a Sagrada Família a Nazaré, onde ficou vivendo. Temos agora diante dos olhos a vida da Santa Família na sua humilde casa de Nazaré. Como deve ter sido exemplar e enternecedora essa vida familiar! Maria, a cheia de graça, a Mãe do Salvador, lidando nos seus afazeres domésticos como qualquer mulher da sua terra, cuidando do Menino, obedecendo a São José, dia a dia crescendo em graça diante do Senhor!
O suave encanto de Jesus menino, de Jesus adolescente, amando, respeitando e ajudando os Seus pais, Ele que era o Filho de Deus, chamado pelos seus conterrâneos «o filho do carpinteiro»!
José, o santo varão, trabalhando no seu ofício, protegendo a Esposa e o Bendito Filho, consciente, na sua humildade, da graça imensa que lhe coubera em sorte de servir de pai neste mundo, ao seu Salvador!
Sagrada Família, modelo abençoado para as nossas vidas! Mas quem se lembra disso? Olhando em volta, o que se nos depara?
Tempos conturbados, povos sem rumo, sem ideias, guerra, corrupção, em que os homens parecem alheados, esquecidos do seu Deus, apenas interessados no progresso material, nas riquezas, na vida fácil, num egoísmo talvez inconsciente!
As famílias desagregam-se sem escrúpulos, os pais abdicam das suas responsabilidades, da sua autoridade, deixando os filhos crescer e viver à vontade, numa indisciplina sem regras e orientação, porque a ordem do dia é a «liberdade»! Respeito pela família, pelos educadores, quase não existe – salvo honrosas exceções; as crianças, os jovens, parecem convencidos de que o mundo foi criado só para eles, não aceitando autoridade nem disciplina como atentado à sua «liberdade» e aos seus direitos.
Não seria horas de emendar os erros, de mudar de rumo, começar a fazer «marcha-atrás»? A família é o centro da sociedade, nada a pode substituir. Sem famílias bem constituídas, com amor, com respeito, com disciplina, a sociedade desmorona-se, o mundo entra no caos!
É urgente que os pais se tornem conscientes das suas responsabilidades para com os filhos que Deus lhes confiou e pelos quais têm de prestar rigorosas contas, quando chegar a hora.

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